São Paulo – Diferentemente da maioria dos garotos brasileiros, Marcel Vianna nunca se interessou em se tornar jogador de futebol. Aos 9 anos, foi convidado por um vizinho japonês para assistir a um treino de beisebol. Faltava um jogador no time e o garoto sem olhos puxados se candidatou. ?Não sabia nada sobre o beisebol, regras. Aprendi tudo muito rápido?, conta Marcel, que é ?pitcher? (arremessador) e deve competir no Pan do Rio.
Aos 26 anos, Marcel defende o Anhangüera, onde começou em 1992. Lá, também ensina beisebol para crianças. Do time, recebe uma ajuda de custo para treinar e dar aula, além da bolsa-atleta do governo. Ele ainda se divide com os treinos da equipe brasileira que são realizados em Ibiúna, no Centro de Treinamento Yakult, às terças e quintas-feiras.
No próximo sábado, haverá uma seletiva em Ibiúna para definir os atletas que participarão dos Jogos de La Alba, na Venezuela, que servirá de preparação para o Pan.
Desde 2003 na equipe brasileira, Marcel sonha com uma vaga no time. ?Estou preocupado porque tem muita gente boa na minha posição que joga no Japão e Estados Unidos. Se for escolhido, ficarei muito feliz?, admite.
Marcel está entre a minoria não descendente da colônia japonesa na seleção brasileira. Até os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (em 2003), de acordo com ele, apenas um atleta era brasileiro. Hoje, ?são quatro ou cinco na equipe?.
