Marcel perde Tcheco, mas briga por artilharia e seleção

Um dos jogadores que mais perderam com a saída de Tcheco foi o centroavante Marcel. Com o meia no Coritiba, ele tinha um assistente de qualidade nos passes e nas jogadas ensaiadas, além de eles serem parceiros nas cobranças de faltas. Tal auxílio foi fundamental para que o atacante fosse um dos artilheiros do campeonato brasileiro, com 14 gols, estando perto da maior marca de um jogador do Coxa na história da competição. Sem Tcheco, Marcel terá que contar com os outros companheiros para chegar à marca, e para absorver a responsabilidade crescente.

É natural que a importância que era dada ao agora reforço do Al-Ittihad seja distribuída para aqueles que ficaram. E, ao mesmo tempo, a cobrança também é repartida, e Marcel sabe que vai receber uma boa cota dela por ser um dos destaques do time. “Isso é certo. Vai caber a mim saber conviver com isso e ter a ajuda dos meus companheiros para enfrentar esse momento. Não podemos deixar passar a boa fase”, resume o jogador.

Para ele mais ainda, já que, com a saída de Tcheco, Marcel passa a ser o mais visado jogador do elenco alviverde. Suas últimas boas atuações o credenciaram pela imprensa do eixo Rio-São Paulo para defender a seleção olímpica (o centroavante tem 21 anos), além do assédio crescente de clubes do exterior. “Eu fico sabendo disso por vocês (imprensa), mas é claro que são coisas que motivam. Mas eu tenho que pensar no Coritiba, pois nós estamos perto dos primeiros e com chances de conquistar o título brasileiro”, comenta.

Marcel é claramente um jogador mais amadurecido, tanto do jovem que chegou de Mirassol em 99 quanto do artilheiro do campeonato paranaense deste ano. Os maus momentos no brasileiro, quando foi fortemente cobrado pela imprensa e sacado do time pelo técnico Paulo Bonamigo, colaboraram para isso. Hoje, o centroavante é mais comedido nas declarações, mas mantém a confiança. “Nós temos que pensar alto, tentar chegar nos líderes e quem sabe assumir a ponta da tabela”, afirma.

E é essa confiança que o leva a pensar, inclusive, em ser artilheiro do brasileiro. Na frente está Dimba, do Goiás, com 21 gols – mas o jogador sofreu uma lesão na clavícula e ficará um mês fora dos gramados. Na seqüência vêm Luís Fabiano (20 gols), Aristizábal (17), Deivid (15, mas deixou o Cruzeiro para jogar no Bordeaux) e Róbson (15, mas foi negociado com o futebol japonês). No final das contas, são três adversários, e por trinta dias apenas dois. “O campeonato está longe de terminar, e estou motivado para me aproximar dos artilheiros. Mas o mais importante é o Coritiba chegar na frente”, garante.

E com mais dois gols Marcel atinge uma marca histórica no Coritiba. Ele se igualaria a Zé Roberto, considerado por muitos o melhor jogador que passou pelo Alto da Glória, que em 1973 marcou 16 gols no brasileiro – o maior número de gols em uma única competição nacional. “Seria muito legal, porque você entra para a história do clube. Espero conseguir essa marca, e rápido”, finaliza.

Bona alerta para um inquilino muito atrevido

Era óbvio. Para o técnico Paulo Bonamigo, caiu muito bem a transferência do clássico contra o Paraná para o Couto Pereira – o jogo, o primeiro das duas equipes após a parada do brasileiro, acontece no dia 14. Mas, mesmo sabendo que é bom para o Coritiba, o treinador já advertiu o elenco (apesar de o jogo ser apenas na próxima semana) de que os rivais também preferem jogar no Alto da Glória.

E Bonamigo diz isso de cátedra. Treinador do Paraná por mais de um ano, ele trabalhou em vários jogos decisivos do Tricolor no Couto, e garante que a maioria do elenco gosta de atuar no estádio coxa. “Eu estive no adversário, e eles inclusive se motivam mais para jogar no Alto da Glória”, comenta o técnico alviverde.

Apenas no tempo em que Bonamigo comandou o Paraná, foram vários clássicos e jogos importantes realizados no Couto Pereira. Lá o Tricolor jogou as partidas finais do campeonato paranaense de 2001, outras pelo brasileiro e as principais da Copa do Brasil do ano seguinte. “O Paraná jogou contra o Corinthians, venceu e atuou muito bem. Isso prova que, para eles, o estádio ajuda”, lembra, falando de seu último jogo como técnico paranista.

Só que o estádio é do Coritiba, e mesmo que o mando seja tricolor este fato não pode ser escondido, ainda mais com o tabu tricolor de não vencer o Coxa no Alto da Glória desde 1996. “É realmente interessante jogar no Couto Pereira, e nós temos a possibilidade de aproveitar o fato de jogarmos em nossa casa”, afirma Bonamigo.

Fora

A torcida do Coritiba terá que se portar como visitante no clássico. Como a logística do jogo é de responsabilidade do Paraná, os sócios, proprietários de cadeiras e os compradores do pacote de ingressos não terão benefícios no dia 14.

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