Representante coxa no Pré-Olímpico,
Marcel pode ir para a Coréia.

Os rumores aumentam a cada dia, e começa a ficar complicada a permanência de Marcel no Coritiba. A diretoria é constantemente procurada para negociar o centroavante, e uma proposta do futebol coreano parece ser a mais clara. É um negócio que envolveria mais de sete milhões de reais, valor que ajudaria – e muito – as contas do clube, e serviria inclusive para fazer investimentos para formar o elenco da Libertadores.

Sempre que perguntados sobre o assunto, os dirigentes do Cori não escondem que há propostas – tanto para Marcel quanto para Adriano. Mas, até a semana passada, todas eram conhecidas e não atingiam o preço pedido pelo clube. “Já sabemos de todas elas”, chegou a dizer o vice-presidente Domingos Moro.

Só que a procura não cessou. “Há tentativas insistentes. Tem gente que pergunta sobre empréstimo, outros querem comprar metade dos direitos. São muitas propostas”, confirma o coordenador técnico Sérgio Ramirez. Sabia-se, principalmente, de interesses de clubes espanhóis e alemães – negócios que envolveriam o empresário Juan Figger, parceiro internacional do Coxa.

A oferta coreana seria a mais tentadora. A princípio, a pedida coxa teria sido de três milhões de dólares, mas o valor fecharia em U$ 2,5 milhões – aproximadamente R$ 7,5 milhões. A favor dos possíveis compradores, a incrível investida que é feita no futebol brasileiro. Nenhum outro mercado compra jogadores brasileiros, atualmente, como a Coréia do Sul.

Marcel, por enquanto, não pensa nisso. Ele está envolvido com a campanha brasileira no Pré-Olímpico do Chile (a competição começa na quarta). Mas a diretoria admite, em conversas reservadas, a possibilidade do centroavante sequer voltar ao Alto da Glória depois de defender a seleção sub-23. Resta saber como será o próximo capítulo dessa novela.

Maratona prevê até 90 jogos

O ano de 2004 começa oficialmente para o Coritiba às 15h. É a hora marcada para a apresentação do elenco e da nova comissão técnica, comandada agora por Antônio Lopes, Eudes Pedro e Manoel dos Santos. Inicia-se a temporada mais importante do clube nos últimos anos, valendo a inserção definitiva do Coxa no cenário internacional e a recuperação da reputação no Brasil.

Pela primeira vez em sua história, o Coritiba vai disputar duas competições internacionais no mesmo ano – mesmo que a Copa Sul-Americana tenha a sua fase ?regional?, com os times brasileiros jogando entre si. A menina dos olhos, entretanto, é a Copa Libertadores, que para o Cori começa no dia 6, à meia-noite (horário de Brasília), contra o Sporting Cristal, em Lima.

Contando que a Sul-Americana tenha a mesma fórmula do ano passado, o Coxa já tem 61 partidas garantidas nessa temporada – as seis da primeira fase da Libertadores, sete no Paranaense, 46 no Brasileiro e duas na ?seletiva? da Sul-Americana. “É um calendário que poucos times têm no Brasil. Só o Coritiba e mais quatro”, reconhece o capitão Reginaldo Nascimento, que está prestes a renovar contrato.

Para encarar tantos jogos (seguindo nas competições, o Cori pode chegar a 90 partidas em 2004), a diretoria tem consciência do que será preciso de elenco e de trabalho. A busca de jogadores vai prosseguir até quando for possível, já que no máximo quatro reforços chegarão amanhã. Não se descarta, inclusive, a possibilidade de ?agendar? contratações, pensando no campeonato brasileiro e na segunda fase da Libertadores (ver matéria).

Quanto ao trabalho, as esperanças estão depositadas na experiência de Antônio Lopes. O treinador está motivado com a possibilidade de voltar ao futebol -ele ficou sete meses afastado – já em um torneio de vulto. “Qualquer profissional quer participar da Libertadores. Eu, que já fiz boas campanhas no Vasco e no Cerro Porteño, sei o quanto uma boa campanha é importante para uma carreira”, comenta.

Mas Lopes não vai agir de imediato. Nos primeiros dias, o comando será de Manoel dos Santos, que terá uma nova equipe de trabalho na preparação física – os auxiliares Emerson Buc e José Afonso de Araújo Moura (que volta do Criciúma) e Eudes Pedro, que será o braço direito de Lopes, mas que também tem experiência na função. “É um grupo muito qualificado, vai ser muito bom trabalhar no Coritiba”, diz Eudes, que volta a Curitiba depois de ser demitido do Atlético no ano passado.

O objetivo é pavimentar um caminho duradouro para o Coritiba. Para os dirigentes, o interesse não é passar pela Libertadores da mesma forma que em 86, quando o clube caiu na primeira fase. “Nós gostamos do que vimos em Assunção, uma festa muito bonita e organizada. Por isso, eu e o (presidente) Giovani Gionédis fizemos um pacto: no final do ano, vamos estar lá também, para uma nova participação do Coritiba”, finaliza o vice-presidente Domingos Moro.

Capixaba vem. Meia pode ser Batatinha

O time do Coritiba para 2004 começa a aparecer. Confirmada a contratação de Luís Carlos Capixaba e faltando detalhes para a vinda de Luiz Mário,

a diretoria tem pressa agora para firmar contrato com Paulo Baier, que seria o terceiro reforço para a Libertadores.

E se haverá um ?pacote? de reforços chegando ainda em janeiro, não está descartada uma segunda fase de contratações para o brasileiro.

Isso porque alguns jogadores estão vinculados até a metade do ano, e isso dificulta a negociação. “Implica na compensação do clube que detém o atleta, e daí as coisas ficam mais difíceis”, reconhece o vice-presidente Domingos Moro. O único jogador que deve vir mesmo com contrato em vigência é Paulo Baier, que já discute com o Criciúma sua desvinculação.

O lateral-direito já acertou as bases salariais com o Coritiba, faltando apenas a liberação do Tigre. O problema está justamente aí – os dirigentes do clube catarinense estão emperrando o negócio. O Coxa chegou a oferecer jogadores para saldar a rescisão de Paulo Baier, mas a resposta foi negativa. “Estamos tentando, não é fácil, mas acho que vamos conseguir”, diz Moro.

Também devem chegar antes da Libertadores pelo menos dois meias e um zagueiro. Pedrinho, do Palmeiras, ainda é a prioridade, mas o que deve ser apresentado antes é um conhecido do futebol paranaense. O meia Rodrigo Batatinha, que foi destaque do Malutrom por vários anos, já estaria contratado pelo Cori – o Paulista, onde o jogador estava, já afirmou que não tem condições de cobrir a proposta alviverde. Os outros seriam ?deixados? para o final de junho. Dois nomes fortes nesse planejamento do Coritiba são Marquinhos, ex-Paraná e vinculado ao Bayer Leverkusen, e Tcheco, que segue na Arábia Saudita. Este, por sinal, deve chegar antes, já que a temporada no Oriente Médio termina em meados de maio. Já se estuda, inclusive, a inscrição do meia na segunda fase da Copa Libertadores.

Acertados

Enquanto isso, a direção coxa finaliza as primeiras contratações. Luís Carlos Capixaba, que disputou o brasileiro pelo São Caetano,

é o único formalmente confirmado pelos homens do futebol alviverde. O meia, de 29 anos, será uma opção para todas as funções do meio-campo, e ainda pode jogar nas duas laterais. “É um jogador muito interessante”, elogia Domingos Moro.

Para anunciar a contratação de Luiz Mário, restam pequenos detalhes. “A gente está conversando, falta pouca coisa”, diz o atacante, ainda em Belém. Apesar disso,

a diretoria dá como certa a vinda do “Papaléguas”, esperando apenas a chegada dele na segunda para assinar o contrato com o Cori.

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