Levantamento do jornal O Estado de S.Paulo envolvendo os 310 jogos do Campeonato Brasileiro realizados até o início da 32.ª rodada mostra que a queixa por marcação ou não marcação de pênaltis é a mais recorrente dos clubes em relação à arbitragem, à frente de impedimentos e cartões: foram 57 protestos por este motivo. Ao todo, houve chiadeira em 141 partidas, o que representa 33% dos confrontos analisados.
O trabalho teve como base súmulas da CBF, informações sobre o andamento do jogo e entrevistas de jogadores, técnicos e dirigentes para quantificar as reclamações a respeito da arbitragem e quais os tipos de lances motivaram mais chiadeira.
As polêmicas de cada um desses confrontos foram tabuladas e separadas em diferentes categorias, como pênaltis, toque de mão, impedimento, faltas, expulsão e critério disciplinar. A análise procurou registrar todas as reclamações dos 20 times, sem juízo de valor sobre se a decisão do árbitro naquele momento foi a correta ou não.
Importante frisar, ainda, que o trabalho teve foco diferente do levantamento feito recentemente pela CBF. A entidade divulgou um relatório sobre erros cujo principal intuito era identificar falhas somente em gols e pênaltis. O órgão se dedicou a mostrar as decisões equivocadas da arbitragem e não quais os tipos de reclamações das equipes participantes, como resolveu fazer a reportagem.
Não à toa, a rodada que motivou punição mais rigorosa da CBF foi a 27.ª, quando três trios de arbitragem acabaram “rebaixados” para a Série B ao se equivocarem em lances de penalidades máximas. O paraense Dewson Fernando Freitas da Silva errou no jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, ao marcar pênalti em uma mão na bola do zagueiro palmeirense Gómez que foi fora da área.
Lance parecido aconteceu no jogo entre Internacional e Vitória, quando Lucas Fernandes, do time baiano, pôs a mão na bola fora da área, mas o brasiliense Sávio Pereira Sampaio igualmente marcou penalidade, que DAlessandro aproveitou. Já o potiguar Caio Max Augusto Vieira apitava Santos x Atlético-PR e, nos minutos finais, viu pênalti em trombada de Dodô e Rony dentro da área santista. A penalidade deu a vitória ao Santos por 1 a 0.
“Eu não gosto da palavra punição. Eu risco do meu dicionário. Existe um trabalho de melhoria do árbitro. Isso é feito com os árbitros e com os assistentes”, disse, na ocasião, o chefe da arbitragem na CBF, Marcos Marinho. (colaboraram Daniel Batista, Felipe Laurence, Pedro Pannunzio, Rafael Franco e Vinicius Saponara)