Maratonistas têm que escolher entre Pan e Mundial: ‘Dúvida cruel!’

Brigar por uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos ou para ficar em um honroso Top 10 do Mundial? A dúvida está na cabeça dos maratonistas brasileiros classificados para correrem as duas competições, mas que, pelo período curto entre as provas, vão ter que escolher entre uma e outra. Adriana da Silva quer o bi pan-americano, mas admite: “Ô dúvida cruel”. Ouro em Guadalajara, Solonei Rocha da Silva indica que prefere o Mundial, sem certeza: “Boa pergunta. Fica o ponto de interrogação”.

“O Mundial é muito importante, estar com as adversárias que vou encontrar na Olimpíada. Mas quero muito ir para os Jogos Pan-Americanos. Se depender de mim, vou para o Pan. Em 2011 bati o recorde (brasileiro) e ganhei o ouro. Queria poder voltar e poder ganhar de novo o ouro e quem sabe bater de novo o recorde. Ô dúvida cruel”, admite Adriana.

Ela lidera o ranking brasileiro com 2h35min28, marca feita em Nagoya (Japão) que é índice pan-americano, mundial e olímpico. É muito grande a chance de ela estar nos Jogos do Rio, uma vez que dificilmente será ultrapassada por outras duas brasileiras até maio de 2016, quando fecha o período de classificação.

Líder do ranking, Adriana tem prioridade para escolher entre Mundial (cinco brasileiras têm índice) e Pan (nove). O Brasil pode levar três competidoras a Pequim (China) e duas a Toronto (Canadá).

No masculino, essa prioridade é de Marílson Gomes dos Santos, que sofreu uma lesão muscular na panturrilha esquerda e não volta a treinar antes de quatro semanas. O veterano, que já tem índice olímpico, não deve voltar a tempo de correr a maratona do Pan, dia 25 de junho. Como o Mundial começa só em 22 de agosto, exatamente com a maratona, o prazo para se recuperar até Pequim é maior.

Número 2 do ranking, Solonei Rocha da Silva também pode escolher. Depois de “sentir o gostinho da medalha” no Mundial de Moscou, em 2011, quando foi sexto colocado, ele viu que o sonho não é impossível. “Os quenianos estão sempre correndo para 2h03min, 2h04min, mas no Mundial com 2h10min brigava pela medalha. E tanto eu quanto o Marílson, o Paulo Roberto, o Franck (Caldeira), a gente pode correr para 2h10min.”

Sonolei viveu a experiência e sabe que uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos dá visibilidade na imprensa brasileira, o que agrada os patrocinadores, mas admite que, internacionalmente, o resultado de Toronto será irrelevante. “Lá fora, ninguém está olhando para o Pan. No Mundial, é a chance de correr com os caras que vão estar na Olimpíada.”

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