A Fifa vai receber das mãos do governo do Rio, no dia 24, um Maracanã aquém de sua capacidade total de operação. Apesar dos elogios e dos discursos afinados do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, e dos membros do Comitê Organizador Local (COL), o estádio será repassado à Fifa impedido de ter um funcionamento perfeito. Os fatos indicam que o amistoso entre Brasil e Inglaterra, dia 2 de junho, dificilmente será realizado com os 79 mil assentos ocupados pelo público.

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Uma evidência é o fato de o evento-teste marcado para a última quarta-feira, que deveria ter 50% da capacidade total, ter sido cancelado com o argumento de que era necessário acelerar a realização de testes dos sistemas operacionais.

Abordado pela reportagem, o diretor-geral do COL, Ricardo Trade, hesitou ao responder sobre o assunto. “Será capacidade máxima, mas… A nossa operação não é total”, disse ele, negando que a Fifa encontrará problemas ao assumir o estádio. “De jeito nenhum. Esquece esse negócio de que (o Maracanã) não está acabado. Para de polêmica. O estádio está acabado, falta aquele entornozinho que rapidamente está sendo acabado.”

Quando perguntado se os 79 mil ingressos serão vendidos ao público, Trade respondeu: “Pode ficar tranquilo que vamos dar um belo espetáculo”. Vale lembrar o planejamento inicialmente feito pelo governo carioca (e prometido à Fifa) de que o Maracanã receberia dois eventos-teste antes do jogo entre brasileiros e ingleses.

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Para o do dia 27, com 30% da capacidade, foi realizado um jogo festivo entre amigos de Ronaldo e amigos de Bebeto, uma forma de fazer parecer que a promessa do governador Sérgio Cabral a Valcke de finalizar a obra naquele dia havia sido cumprida. A realização do segundo evento-teste, de menor expressão, era importante para garantir que o Maracanã estaria pronto para público máximo. O próprio Valcke admitiu tal necessidade ao dizer, em março, que “temos de ter eventos-teste para assegurar que 75 mil pessoas possam ir ao banheiro e comer.”

Na entrevista coletiva concedida após a última reunião antes da Copa das Confederações, na quinta, na sede do COL, Valcke procurou exaltar que, apesar dos pesares, a meta final foi alcançada. “É o cenário com o qual trabalhamos desde o primeiro dia: seis sedes para as Confederações e 12 para a Copa. O Brasil, com muito trabalho, muita tensão, bons e maus momentos, conseguiu cumprir o prometido”, disse o francês, ao lado de José Maria Marin, presidente do COL, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

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