O técnico Mano Menezes foi mais um a falar publicamente sobre o trágico acidente de avião que vitimou a Chapecoense e profissionais de imprensa na madrugada de segunda para terça. Como muitos, o comandante do Cruzeiro não conseguiu segurar as lágrimas ao comentar a morte dos muitos colegas de futebol, mas escancarou a emoção ao falar de Caio Júnior, com quem revelou ter uma relação especial.
“Senti o que todas as pessoas sentiram. Primeiro uma incredulidade, por ter visto as pessoas numa grande felicidade horas antes, por uma temporada muito boa, de estar na final da Sul-Americana, e logo, algumas horas depois, receber a notícia de que essas pessoas não estariam mais entre a gente. Foi muito duro. Principalmente por causa do Caio. Na minha primeira equipe profissional, o Caio foi o centroavante. Foi ele quem me indicou ao Paulo Autuori para meu estágio aqui no Cruzeiro (em 1997). Ele faz parte da minha vida profissional, com muita intensidade”, declarou.
Mano não revelou em qual clube teve a oportunidade de trabalhar com Caio Júnior, mas não escondeu o carinho especial pelo colega, que vivia um dos grandes momentos da carreira ao levar a Chapecoense para a decisão da Copa sul-americana. O treinador celeste, aliás, fez questão de manifestar sua solidariedade às famílias das vítimas e sintetizou o sentimento de todo o futebol brasileiro: “Estamos sem chão”.
“Foi muito duro para todos nós. Uma tragédia que atingiu todos os segmentos que envolvem o futebol brasileiro. Estamos sem chão. É inevitável voltar e lembrar momentos que se passaram. O mais importante nessa hora é rezar, respeitar as pessoas que ficaram imensamente mais que a gente. Eles perderam familiares e nós, colegas de profissão e amigos. Realmente foi muito duro”, disse.
Apesar do luto, Mano foi contrário à opinião de alguns de seus jogadores e defendeu que seja realizada a última rodada do Brasileirão, no dia 11. “Passados os primeiros momentos de tristeza imensa, você precisa pensar na vida que segue, até para proporcionar às pessoas ligadas à Chapecoense essa continuidade. Cada um fazendo uma pequena parte, um pequeno gesto, podemos dar uma contribuição, que é o que o futebol tem que dar nesta hora.”