Cerca de 200 pessoas realizam na manhã desta quinta-feira manifestação em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, em Laranjeiras, contra a licitação que vai conceder a administração do recém-reformado estádio do Maracanã à iniciativa privada. Os manifestantes, muitos ligados a partidos e movimentos sociais, saíram por volta das 8h30 do Largo do Machado e seguiram em passeata por várias vias da zona sul até a Rua Pinheiro Machado, onde fica o Palácio.
Uma das duas faixas da pista sentido zona sul permanece interditada, o que causa grande congestionamento no Túnel Santa Bárbara (que liga a região central à zona sul), no Elevado 31 de Março e em diversas ruas do centro.
Segundo o advogado André de Paula, que representa a Federação Internacionalista dos Sem Teto (Fist), a privatização do Maracanã “não vai atender aos interesses da população, apenas das elites”. “Essa privatização vai aumentar o preço dos ingressos e o único lazer do pobre é o futebol. Além disso, os índios que ocupavam um prédio próximo foram expulsos e o projeto prevê a demolição de uma escola municipal, do estádio aquático Júlio Delamare e do estádio de atletismo Célio de Barros. A quem isso interessa?”, questionou.
Carregando diversas bandeiras, os manifestantes gritam palavras de ordem como “arrá, urru, o Maraca é nosso” e “ooô tá de bobeira, o Maraca é nosso e não é da empreiteira”. Por motivos de segurança, os acessos ao Palácio Guanabara foram cercados por grades e dezenas de policiais militares e guardas municipais acompanham o protesto.
Os deputados estaduais Marcelo Freixo e Janira Rocha (ambos do PSOL) tentaram por meia hora entrar no Palácio Guanabara para acompanhar a abertura do envelope, mas foram informados por PMs que controlam o acesso ao prédio que o governador Sérgio Cabral (PMDB) teria proibido a entrada deles. “A imprensa e os representantes de IMX (empresa do grupo Eike Batista que fez os estudos de viabilidade econômica da concessão do estádio e uma das possíveis concorrentes à licitação) puderam entrar, mas os parlamentares, não. Que democracia é essa?”, indagou André de Paula.