Uma crise financeira sem precedentes ameaça o futuro do Botafogo. O clube carioca, que encerrou 2013 com uma dívida de R$ 698 milhões, foi excluído do Ato Trabalhista e, por determinação da Justiça, convive com o bloqueio total das receitas. E agora corre o risco de sofrer uma debandada de jogadores.

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A interdição do Engenhão também agravou a situação do Botafogo, já que o clube deixou de lucrar com patrocínios, renda dos jogos e outros eventos.

Antes da derrota para o Flamengo no domingo, jogadores entraram no gramado carregando uma faixa expondo o atraso de três meses nos salários – o que, por lei, já os autoriza a pedir a rescisão de contrato – e de cinco meses nos direitos de imagem.

Alguns atletas estão socorrendo financeiramente os colegas. De acordo com o técnico Vagner Mancini, o atacante Emerson, que tem parte dos vencimentos pagos pelo Corinthians, já emprestou dinheiro a outros jogadores. “Vivemos uma situação atípica. Há muito tempo que eu não vivia uma situação de atraso tão grande”, declarou Mancini à Rádio Globo. “Isso tem causado um desgaste muito grande.”

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Os jogadores garantem que os problemas financeiros não afetam o desempenho. Mas, em meio à crise, o elenco já perdeu os meias Lodeiro, negociado com o Corinthians, e Jorge Wagner, que resolveu voltar para o Japão. O zagueiro Dória é outro que pode deixar o clube. “Por mais que afirmemos que não atrapalha, nunca estamos 100% focados”, disse Jorge Wagner.

Na semana passada o presidente Maurício Assumpção apelou por uma solução à presidente Dilma Rousseff, durante encontro que reuniu dirigentes em Brasília. Ele chegou a dizer que o Botafogo poderia até mesmo abandonar o Campeonato Brasileiro.

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A ameaça não é levada a sério. Mesmo assim, o presidente da Federação de Futebol do Rio (Ferj), Rubens Lopes, considera que o bloqueio das receitas precisa ser revisto. “Certamente que, por causa do bloqueio, o número de funcionários e atletas do Botafogo que estão sem receber é muito maior do que o dos que estão recebendo.”