Malucelli se despede do Atlético e ataca inimigo

O presidente Marcos Malucelli despediu-se ontem, extraoficialmente, do principal cargo do Atlético. Durante uma entrevista de mais de três horas, na Arena da Baixada, aproveitou para desabafar e atacar seu principal oponente, Mário Ceslo Petraglia, que concorre para sucedê-lo nas eleições que acontecem amanhã.

Emocionado, Malucelli chorou por algumas vezes. Principalmente, ao falar que deixará de participar de maneira atuante da vida do Atlético, mas que continuará nas arquibancadas como torcedor, por vivenciar o futebol desde criança.

Como dirigente, ele reconheceu os erros, enalteceu acertos, mas reservou uma hora e meia da sua entrevista para falar do desafeto Petraglia, e de quem já foi da mais alta confiança. Disse que todos os ataques que sofreu atrapalharam demais seu trabalho. “Isso atrapalha, desestabiliza, é uma estratégia nazista”, reclamou Malucelli.

O mandatário disse não entender como tantos atleticanos ainda acreditam no ex-presidente que, segundo ele, se voltar ao poder trará retrocesso ao clube. “Ele deixou o Atlético endividado quando saiu da presidência”, frisou.

Com diversos e-mails em mãos, Malucelli mostrou vários ataques que Petraglia fez à torcida e apresentou cópias de contratos antigos que o então dirigente havia viabilizado, considerando todos sob suspeita.

Acusou ainda o atual candidato de praticar nepotismo enquanto presidente, envolvendo filhos, esposa, genro e primo. Também partiu para o pessoal, citando vantagens dadas a uma funcionária da qual Petraglia seria muito próximo. “Teve relação com uma funcionária do próprio clube, que era bem remunerada e com direitos que outros funcionários não tinham, como leasing de um carro de R$ 36 mil, que seria repassado a ela sem ônus, e plano de saúde para ela e os filhos. Essa é a pessoa que quer voltar a ser dono do Atlético”, disparou Malucelli.

Assim como teria acontecido em 2008, quando Mário Celso Petraglia pediu que o Atlético pagasse os gastos da campanha, Malucelli teme que seu desafeto tente isso de novo. Bem como coloca em dúvida a real intenção de Petraglia como candidato. “Ele tem feito uma campanha milionária, como de políticos, para exercer um cargo que não é remunerado. Como compensaria? Vaidade, narcisismo ou tem outro tipo de retorno indireto? Não sei, mas quem pratica sabe”, cutucou.

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