São Paulo – A guerra de nervos entre Corinthians e Inter ganhou novo capítulo ontem. A batalha agora é sobre uma possível "mala preta" ao Goiás. O incentivo dos gaúchos aumentaria a cada gol marcado pelos goianos sobre o líder do Campeonato Brasileiro. No Parque São Jorge, os jogadores criticaram a informação e mandaram a resposta em clima de deboche.

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Com cara de espanto, o zagueiro Marinho não teve dúvidas: "Acho legal né, oferecer dinheiro para outro time em vez de gratificar os próprios jogadores. Parece que eles não têm competência para vencer", disparou.

O Inter só consegue alcançar o Corinthians e ser campeão caso vença o Coritiba e o rival saia derrotado. E mais: tirando a desvantagem no saldo de gols (29 a 24). "O Goiás está na pré-Libertadores, mas não vai facilitar em nada o jogo. Porém, vai ser muito difícil nos bater", acredita o zagueiro.

"Ético não é, mas em decisão vale tudo, até subornar quem quer que seja", bombardeou Carlos Alberto. O meia-atacante garantiu jamais ter recebido tal incentivo. Contudo, alegou conhecer quem já recebeu. "Algo normal no futebol".

Na pele

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Marinho aproveitou para revelar ser normal o assunto mala preta em reta final de competição. Viveu sob oferta de dinheiro em 1997, quando defendia o Guarani e o clube lutava para fugir do rebaixamento. "Foram 4 jogos com ameaça de queda. E em todos eles sempre aparecia alguém oferecendo dinheiro para ganharmos de times fortes", garantiu. "A gente ganhava dos rivais que disputavam título e a pessoa sumia. Na minha conta não vi dinheiro nenhum," enfatizou.

O jogador não quis entrar em polêmica quando questionado sobre o Timão já ser campeão, lembrando de 2004, quando defendia o Atlético-PR.

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"Estávamos no piloto automático e o avião caiu", brincou sobre a declaração do técnico Levir Culpi na época, quando o time paranaense estava na frente do Santos a duas rodadas do final no Brasileiro, mas acabou tropeçando e viu os santistas serem campeões.

Geninho desconhece oferta

Goiânia – O técnico Geninho, do Goiás, disse ontem que desconhece a oferta de uma "mala preta" do Inter, onde se pagaria uma premiação para cada gol marcado pelos jogadores do Goiás na partida contra o Corinthians no domingo, o que aumentaria as chances dos gaúchos na luta pelo título do Brasileirão. Geninho, porém, também admitiu que no futebol brasileiro a prática existe. "Todo mundo nega, mas todo mundo faz", disse o treinador.

"Nada sei sobre a tal mala branca ou mala preta no Goiás", afirmou Geninho, que renovou, ontem, seu contrato com o time goiano para a temporada de 2006. "Mas, com certeza, essas histórias de malas existem e não são uma novidade", afirmou, antes do treino no CT da Serrinha.

Geninho revelou que essas histórias de "mala" são normais e que não o impressionam.

Corinthians domina lista dos melhores

Rio – A CBF divulgou na tarde de ontem a lista dos melhores jogadores do Brasileiro de 2005 – em pesquisa realizada entre técnicos, personalidades do esporte e jornalistas especializados. Foram e indicados três jogadores para cada posição. A seleção do campeonato será conhecida no dia 5 de dezembro, um dia depois do última rodada do campeonato.

O Corinthians foi o time que mais teve indicados: foram nove jogadores no total. A equipe paulista só não teve indicados para a lateral-direita e centroavante. O Inter teve quatro jogadores de linha, mais o técnico, mesmo desempenho do Goiás. Uma das surpresas da lista dos melhores do campeonato foi a ausência do técnico Antônio Lopes, que está muito perto de sagrar-se campeão. Na relação dos mais votados estão Muricy Ramalho (Inter), Abel Braga (Fluminense) e Geninho (Goiás).