Mais uma encrenca envolvendo a administração da Federação Paranaense de Futebol explodiu ontem. Desta vez, um ex-atleta do Foz acusa a FPF de permitir que jogadores sem registro atuassem durante a Série Prata do ano passado. A denúncia foi protocolada na CBF.
Marlon Campos foi lateral-esquerdo do Foz no ano passado. Ele não disputou nenhuma partida, mas diz ter ficado no banco de reservas em alguns jogos – o que exige regularização da mesma forma. Mas, de acordo com Marlon, o contrato assinado por ele em Foz jamais foi oficializado na Federação.
O regulamento da Série Prata de 2005, assim como o da Divisão de Acesso de 2006, permite que o registro dos atletas seja feito até o último dia útil antes do final da primeira fase. De acordo com Marlon, o Foz, eliminado da competição, não formalizou seu contrato. Assim, para efeitos legais, não havia documento comprovando que o lateral defendeu a equipe do Oeste paranaense – um convite ao não-cumprimento dos acordos trabalhistas. ?Quando fui reclamar, soube que nem registrado na FPF eu estava. Retiveram meus documentos e não fizeram meu contrato. Trabalhei mais de 6 meses sem receber nada?, protestou o jogador, em entrevista à Rádio Banda B.
Ainda segundo Marlon, vários outros atletas do Foz passaram por situação semelhante. ?Se pegar o plantel do Foz, todos estavam irregulares. Alguns até assinaram contrato em branco. Mas o clube não se classificou e achou que não precisava arrumar nada.
Vi jogador cobrando por telefone e ouvindo do dirigente que as cópias de todos os contratos tinham sido rasgadas?, falou. Segundo o lateral, quem negociava os contratos era Genézio de Camargos – diretor que foi eliminado do futebol por admitir ter comprado um árbitro durante a investigação do ?caso Bruxo?.
A prática não seria novidade dentro da FPF. O advogado José Francisco Cúnico Bach ganhou ações na Justiça do Trabalho em nome de nove atletas do Fanático, de Campo Largo, que também não tiveram seus contratos registrados na FPF durante a Série Prata de 2004. ?Em todas as ações contra o Fanático o vínculo empregatício foi reconhecido pela Justiça. Isso só acontece porque a FPF não formaliza o registro dos jogadores na CBF e mesmo assim fornece o cartão (documento que permite que o atleta entre em campo). Desta forma o clube não paga salário e sonega FGTS e INSS?, explica o advogado.