Já não bastava Fernando. Com o goleiro contundido, o Coritiba já teria uma defesa modificada para a partida de amanhã, às 16h, contra o Juventude, no Alto da Glória. Mas a zaga deve ficar ainda mais mudada, já que Flávio sentiu uma contusão na coxa e dificilmente enfrenta o time gaúcho. Quando menos esperava, Antônio Lopes ganhou um novo problema para o “jogo de seis pontos”, como ele mesmo designa.
A lesão foi tão surpreendente que poucos a viram, durante o coletivo de ontem. Flávio sentiu uma fisgada no músculo adutor da coxa e rapidamente foi sacado do treino. “Era melhor que ele saísse mesmo, para ser poupado”, comenta Lopes. Ainda ontem ele foi levado para fazer um exame de ressonância magnética – o resultado será divulgado esta manhã. “É difícil. Um jogador sentir uma contusão muscular a dois dias da partida tem poucas chances de jogar”, comenta o médico William Yousef, que também acha muito difícil que Fernando atue contra o Juventude.
Se no gol já está garantida a entrada de Douglas, na zaga Antônio Lopes teve seus planos frustrados. Ele colocou Alexandre, que não joga há dois meses, ao lado de Reginaldo Nascimento, fora de jogos oficiais desde julho. Mesmo com dois zagueiros fora de ritmo, a intenção do Delegado era colocar a dupla, mas ele sentiu que Alexandre não teria condições de jogo. “Ainda não é a hora. Conversei com ele porque percebi que ainda falta muita coisa”, explica.
E o próprio zagueiro, que fraturou uma vértebra na partida contra o Fluminense, na segunda rodada do segundo turno, sabe que não está pronto. “Até fiquei surpreso com a possibilidade de jogar, porque só voltei a treinar com bola na segunda. Mas se for necessário, eu jogo e agüento os noventa minutos”, avisa Alexandre, que deve ficar de fora até do grupo que ficará concentrado.
Com isso, abre-se novamente vaga para Vágner, que vem sendo o reserva mais presente nas partidas do Coritiba. “Joga ele, que já está em ritmo de jogo, e que não vai sentir caso tenha que atuar”, afirma Antônio Lopes, que não vê problemas de entrosamento. “Todo mundo se conhece, o Vágner e o Nascimento já jogaram juntos”, garante. “Se o Lopes precisar de mim, vou estar pronto”, avisa o zagueiro.
Na lateral-esquerda, Adriano retornou apenas ontem a treinar, e chegou a ficar entre os reservas. No decorrer do treino ele foi guindado à equipe principal e, sem dores na boca, foi confirmado por Lopes. “Não estou sentindo nada, já passou a dor da extração dos dentes e vou para o jogo”, diz. Com isso, o Cori fica escalado com Douglas; Jucemar, Reginaldo Nascimento, Vágner e Adriano; Ataliba, Roberto Brum e Reginaldo Vital; Laércio, Tuta e Aristizábal.
Delegado arma time ofensivo
O Coritiba vai de vez para o ataque, amanhã, contra o Juventude, no Couto Pereira. O técnico Antônio Lopes confirmou o esquema 4-3-3, trabalhado e burilado em toda a semana. Na frente, jogam Tuta, Aristizábal e Laércio, que retorna à equipe principal após longo tempo fora. O jovem jogador, que foi titular na primeira partida alviverde na Copa Libertadores (e autor do primeiro gol coxa na competição), é um exemplo de como o Delegado trata os jovens – as oportunidades são dadas, mas ninguém pode exagerar quando as recebe.
Foi assim com Laércio. Após ser titular no início do ano, ele sumiu. “Fiquei um tempo fora. Engordei, e aí o professor Lopes preferiu que eu ficasse no time júnior”, conta o “Pérola Negra”. Segundo o atacante, foi o excesso de sedentarismo que o prejudicou. “Eu ia para as concentrações, ficava naquele come-e-dorme, e criei até um ?pneu? na barriga”, confessa.
Com certeza, a ficha caiu para o atacante. “Fui jogar nos juniores e acabei ganhando ritmo. Isto me fez voltar ao time principal”, lembra Laércio, que na partida contra o Cruzeiro ganhou a confiança de Lopes, que pensava em colocar Alexandre Fávaro. “Fiquei feliz com a atitude do Lopes, que voltou a acreditar em mim”, festeja. “Ele voltou muito bem, participando bastante e com qualidade”, resume o Delegado.