Parece que foi ontem a festa do Coritiba em cima do Atlético em plena Arena da Baixada. Ganhou o título do campeonato paranaense dentro de campo e comemorou com justiça.
Duas semanas depois, os dois estão de volta ao mesmo palco, desta vez pelo Brasileirão e em busca da afirmação na competição. De um lado, estréia de treinador e aposta num futuro melhor no lado rubro-negro. Do outro, a ressaca, não do título, mas das confusões burocráticas, que podem transformar uma vitória em menos seis pontos para o alviverde.
O encontro está programado para as 18h e terá a arbitragem do inconstante Luciano Almeida. Os dois têm desfalques, ficam com menos estrelas em campo, é verdade, mas prometem superar na garra a na vibração as ausências de Washington, Luís Mário, Tuta e dos Adrianos.
De qualquer forma, o maior obstáculo das duas equipes será provar que a cabeça já está boa. Mesmo com tudo isso, ninguém pode dizer que há um favorito na partida de hoje. Alguns dos maiores clássicos foram disputados e ganhos por equipes nas situações das mais adversas. Esse, pelo menos é o pensamento do torcedor, que está animado com a possibilidade de pagar somente R$ 15,00 pelo ingresso e se sentar numa confortável cadeira. A expectativa é de lotação esgotada e boa educação dos torcedores. Não vai haver divisão física entre as torcidas e o jogo pode se tornar um marco dos espetáculos de futebol daqui para a frente no Brasil.
Uma revanche para os atleticanos
O título de campeão paranaense não tem mais recuperação, mas nem por isso o Atlético vai aliviar no clássico de hoje diante do Coritiba pelo campeonato brasileiro. O clima de revanche está no ar, mas os jogadores querem a vitória muito mais para se afirmar na competição do que para revidar a perda do título para o arqui-rival. Para este jogo, a principal novidade será a estréia do técnico Levir Culpi, que já chegou impondo seu estilo, fazendo mistério e treinos secretos.
“De certa forma é uma revanche, mas nós não podemos levar por esse lado. É outro campeonato e nós precisamos esquecer o que passou. A partida é na Arena e nós precisamos dos três pontos”, aponta o ala-esquerdo Marcão. Para ele, o mais importante é entrar em campo com a mesma motivação que aconteceu na vitória contra o Paysandu. “O time vem de uma vitória e tem que manter esse ritmo de qualquer maneira, independente do adversário que seja. Claro que o Atletiba é um jogo diferenciado e nós vamos entrar mais motivados na partida”, corrobora o zagueiro Marinho.
Para o goleiro Diego, a meta agora é se concentrar apenas no Brasileirão. “Perdemos o título, não era o que a gente queria, mas agora é encarar com a maior seriedade possível essa competição. O Coritiba é mais um jogo e um jogo complicado porque é contra o nosso rival”, destacou. Segundo ele, uma derrota no Atletiba sempre traz consequências.
Vontade de superar o rival à parte, o Atlético apresenta hoje Levir Culpi, que volta a dirigir o time após 18 anos de sua primeira passagem pela Baixada. Ontem, ele realizou um trabalho fechado no CT do Caju para definir a equipe e só deve divulgar a equipe momentos antes da partida. O volante Ramalho, que seria titular, foi liberado para resolver problemas particulares e não participa da partida. Para o seu lugar, Levir tem a opção de Raulen ou mesmo André Luís (ou ainda William) pela ala com Fernandinho atuando pela meia e deixando o time mais criativo. As outras novidades são o retorno dos zagueiros Rogério Correia e Marinho. (RS)
Coritiba jogará sem cinco titulares
Gisele Krodel Rech
O Coritiba entra em campo hoje, contra o Atlético, bastante modificado em relação ao time que sagrou-se campeão paranaense no último dia 18. Nada menos que cinco titulares do Cori estão no departamento médico e desfalcam a equipe.
Na zaga, o capitão Reginaldo Nascimento, com uma lesão no adutor, mais uma vez dá passagem ao garoto Vagner, que o substituiu na partida contra o Internacional, no meio de semana. Na lateral-esquerda, mais uma vez Adriano fica de fora e seu reserva imediato, Ricardo, também. Adriano se recupera de um estiramento e Ricardo acaba de sair de uma forte gripe e não está na sua melhor condição física. “Ele não agüenta jogar 90 minutos. Por isso, devo utilizá-lo na segunda etapa, quando o adversário estiver mais desgastado”, disse o técnico Antônio Lopes. Com isso, Lira ganha mais uma chance. Na meia defensiva, Pepo segue como titular no lugar de Ataliba, que se recupera de uma lesão muscular. De qualquer forma, o titular não poderia jogar devido a problemas com seu registro na CBF.
No setor ofensivo, mais duas alterações. Com Luís Mário e Tuta vetados, Lopes optou por escalar Rodrigo Batatinha e André Nunes. Apesar das mudanças forçadas, entretanto, o treinador garante que a equipe não mudará o jeito de jogar. “O Rodrigo vai fazer o papel do terceiro atacante, tal como o Luís Mário”, diz Lopes, que tem usado o meia como “arma” no decorrer das partidas. Valendo-se da velocidade do jogador, ele costuma escalá-lo quando os adversários já estão cansados. Agora, Batatinha tem nova chance de vestir a camisa titular. “Fui bem no primeiro Atletiba da decisão e sei que saí do time porque o treinador entendeu que a outra opção era melhor. Agora, tenho mais uma chance. E contra o Atlético”, comemorou.
Com tantas mudanças forçadas na equipe, Lopes pôde ao menos comemorar um retorno de peso. O lateral-direito Jucemar, que ficou de fora dos dois últimos jogos, está recuperado de um problema na região pubiana e está confirmado. Autor do primeiro gol na grande final na Arena, ele espera ter a mesma sorte hoje. “Se surgir a oportunidade, vou conferir.”
CAMPEONATO BRASILEIRO 4ª RODADA
ATLÉTICO x CORITIBA
ATLÉTICO: Diego; Rogério Correia, Fabiano e Marinho; André Luís (William), Alan Bahia, Fernandinho, Jádson e Marcão; Ilan e Dagoberto. Técnico: Levir Culpi.
CORITIBA: Fernando; Jucemar, Miranda, Vágner e Lira; Márcio Egídio, Pepo, Luís Carlos Capixaba e Rodrigo Batatinha; André Nunes e Aristizábal. Técnico: Antônio Lopes.
SÚMULA
Local: Joaquim Américo (Curitiba).
Horário: 18h.
Árbitro: Luciano Augusto Teotônio Almeida (FIFA-DF).
Assistentes: Gilson Bento Coutinho (PR) e Gilson Pereira (PR).