Ninguém segura Isaquias Queiroz. Aos 21 anos, ele já tem medalhas em Campeonatos Mundiais em quatro das seis provas de canoa na canoagem velocidade. No domingo, vai buscar o pódio na quinta. Afinal, neste sábado, em Milão (Itália), cerca de três horas depois de faturar o bronze no C1 200m, ele virou a chave e disputou a semifinal do C2 1.000m. Remando com Erlon Oliveira, garantiu vaga na final com o melhor tempo da bateria, o segundo entre todas as embarcações classificadas.
Pelo que explica o documento oficial da Federação Internacional de Canoagem (ICF, na sigla em inglês) com os critérios de classificação para os Jogos Olímpicos do Rio, um mesmo atleta só pode classificar seu país para uma prova pelo Campeonato Mundial. No C2 1.000m estão em jogo em Milão 12 vagas. Garantidos na final A, os brasileiros asseguraram pelo menos o nono lugar.
Assim, ainda pelo que consta neste documento, o país fica com a vaga na embarcação maior. Ou seja, o Brasil iria à Olimpíada no C2 1.000m e não no C1 200m. Mas a ICF não detalha o que acontece se um competidor (ou uma dupla, no caso) for eliminado na final. Na natação e no atletismo, por exemplo, quem não completa final não tem vaga olímpica. Desta forma, o Brasil poderia optar por não remar a final do C2 1.000m para ficar com a classificação olímpica no C1 200m.
De qualquer forma, o Brasil ainda pode buscar vagas olímpicas pelo qualificatório continental. Ali, estarão em jogo duas vagas no C2 1.000m e um no C1 200m. Pelo que mostrou o Mundial, Isaquias não tem rivais no continente.
Até passar a treinar para essas duas provas visando a vaga olímpica, o baiano tinha como especialidade o C1 1.000m, distância para a qual o Brasil tem convite para a Olimpíada. Isaquias venceu o C1 500m (prova não-olímpica) nos Mundiais de 2013 e 2014, foi bronze no C1 1.000m em 2013 e viu sua canoa virar quando estava em primeiro, a centímetros da reta da chegada, no Mundial 2014. Ainda na edição passada, faturou bronze no C2 200m com Erlon.