Königstein – Zagallo rompeu o silêncio – e por alguns momentos voltou a ser, no início da bela tarde de ontem, o mais ufanista admirador da seleção brasileira. A aparição do tetracampeão do mundo, e guru de Parreira, ocorreu em entrevista coletiva no spa que fica ao lado do hotel em que a seleção está concentrada, em Königstein, na Alemanha.

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A palidez dos últimos dias não lhe tirou o bom humor nem impediu que desse conselhos à equipe ou fizesse previsões mais do que otimistas a respeito do que poderá acontecer com Ronaldinho Gaúcho na competição, a partir de amanhã.

Com o inseparável agasalho verde oficial – e sem tirar a jaqueta mesmo com o calor -, o coordenador técnico também mostrou que não agüenta mais a espera da estréia. ?Está na hora de jogarmos?, desabafou. ?Precisamos de bola rolando.?

Estratégia

Também não vacilou, quando lhe perguntaram qual a melhor tática para o sucesso da equipe que já comandou nas Copas de 70, 74 e 98. ?O Brasil precisa atacar como time grande e defender-se como equipe pequena?, receitou, rápido e rasteiro, em tom de voz seguro que, pelo menos por alguns minutos, remeteu ao polemista incorrigível de sempre.

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?Tudo agora depende da posse de bola, da força como se organizam os times taticamente?, ponderou o ?Velho Lobo?. ?O que faz a diferença é a qualidade individual. E essa temos de sobra.? O excesso de categoria se espalha por vários jogadores convocados por Parreira.

Acima da médiaMas Ronaldinho, a julgar pela animação de Zagallo, tem arte acima da média e suficiente para desequilibrar. Por isso, não pensou mais de segundos para prever o que acontecerá com o astro do Barcelona na competição.

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?Ele vai estraçalhar?, advertiu.

Durante a semana, havia apostado suas fichas em Kaká como provável destaque do Brasil. Contradição? Para qualquer outra pessoa, sim.

Mas para Zagallo é só outra manifestação de amor pela seleção. E amor sem exageros e contradições não tem graça alguma.