O circuito de Magny-Cours, que recebe o GP da França desde 1991, começa a se despedir hoje da F1. No ano que vem, o país ainda não está confirmado na temporada.

continua após a publicidade

E se houver uma prova francesa, ela será realizada em outro circuito.

Curiosamente, um dos lugares mais bucólicos do calendário fecha suas cortinas em clima belicista entre os dois maiores protagonistas do mundial. Apesar dos insistentes pedidos de Ron Dennis por um voto de silêncio, a dupla da McLaren continua falando pelos cotovelos.

Lewis Hamilton e Fernando Alonso, líder e vice-líder do campeonato, seguem disparando seus torpedos na luta pela primazia do time. O espanhol foi obrigado a admitir, ontem, que gesticulou para a equipe junto à mureta dos boxes em Indianápolis uma volta depois de o inglês impedir sua ultrapassagem.

continua após a publicidade

?Infelizmente eu estava na TV, ao vivo, quando reclamei. Mas mudei minha trajetória várias vezes para resfriar os freios e o motor?, falou, sem deixar muito claro se as reclamações eram contra o carro ou contra o companheiro.

Confrontado com os boatos de que estaria pensando em deixar o time, diante de supostas sondagens da Ferrari, Fernando foi duro: ?É impossível parar a imprensa. Estou bem aqui e posso garantir que não vou sair da McLaren antes do tempo?, afirmou.

continua após a publicidade

Evitando fazer grandes elogios a Hamilton, ou mesmo minimizar seu desempenho até agora, Alonso atribuiu aos pneus Bridgestone suas dificuldades para superar o novato. ?A pilotagem está mais difícil?, disse o asturiano, que só andou com Michelin, até o ano passado. ?Se estou atrás é por causa dos pneus. Talvez para vocês, para a F1, o problema seja Hamilton. Mas para mim, são os pneus.?

Hoje começam os treinos para o GP da França, às 5h de Brasília. Serão duas sessões livres de 90 minutos de duração cada. A prova é a oitava da temporada. No ano passado, a vitória foi de Michael Schumacher, da Ferrari. O alemão ganhou oito vezes na pista, um recorde – nunca um piloto venceu tantas vezes no mesmo circuito. Foram 16 edições da prova no autódromo que fica a 250 km ao sul de Paris.

Embora a corrida aconteça sempre no meio do ano, Magny-Cours já teve a honra de consagrar um campeão do mundo. Em 2002, ano de total domínio ferrarista, Schumacher conquistou lá seu quarto título mundial.

Kubica é liberado e corre na França

Robert Kubica foi liberado ontem após avaliação médica e está pronto para disputar o GP da França, domingo em Magny-Cours. O polonês da BMW Sauber sofreu um sério acidente no GP do Canadá, no último dia 10, e ficou de fora da etapa norte-americana, realizada em Indianápolis, há pouco menos de duas semanas.

?Já estou 100% e muito ansioso por esta corrida. Fico feliz por ter perdido apenas o GP dos Estados Unidos?, declarou o piloto de 22 anos. Na prova estadunidense, Kubica foi substituído pelo alemão Sebastian Vettel – piloto de testes da BMW -, que marcou um ponto ao terminar na oitava colocação.

Um membro da Igreja Católica polonesa comentou à agência de notícias PAP que a sobrevivência de Kubica é uma evidência de um milagre feito pelo papa João Paulo II, morto há dois anos, que serve no processo de beatificação do antigo pontífice.

Kubica bateu a 230 km/h e saiu apenas com um tornozelo torcido e uma leve concussão. Segundo o religioso polonês, sua vida foi mantida graças a Karol Vojtyla. Robert usava uma inscrição com o nome do papa em seu capacete.