A pouco mais de cinco meses da estreia do Mundial da Espanha, o técnico da seleção brasileira masculina de basquete, Rubén Magnano, ressaltou a importância do comprometimento dos jogadores para a conquista de bons resultados na competição. “O Brasil precisa muito disso, para fazer um pouco daquilo que fez nos Jogos Olímpicos (de Londres/2012). Sem comprometimento, não vamos conseguir nada”, afirmou o argentino em entrevista nesta terça-feira à TV Estadão.

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Ele também falou sobre a relação com os atletas brasileiros que atuam fora do País, que ficou um pouco desgastada depois do fracasso na Copa América, no ano passado, na Venezuela. Magnano promete viajar aos Estados Unidos para conversar com aqueles que jogam na NBA. A Espanha também será um dos destinos do técnico. “Estamos numa situação parecida com o Pré-Olímpico de Mar del Plata (antes dos Jogos de Londres). A diferença é que, naquela oportunidade, tínhamos conseguindo uma classificação direta (para jogar o Mundial, o Brasil recebeu convite)”, lembrou.

Magnano deixou claro que pretende contar com todos os jogadores disponíveis e, para isso, espera que eles possam estar jogando até o dia da convocação. “Não adianta estar numa grande equipe e não jogar. Um cara que não joga é difícil chegar na seleção e se sair bem. Eu gosto do jogador que joga, seja na NBA ou no Barcelona”, disse Magnano, um dos grandes responsáveis pelo retorno do basquete masculino do Brasil aos Jogos Olímpicos após um hiato de 16 anos.

O técnico da seleção admitiu que Nenê e Anderson Varejão estão sofrendo com problemas de lesão, mas acredita na boa preparação para o Mundial, que terá início para o Brasil no dia 30 de agosto. “Ficaremos de olho neles, mas temos tempo”, afirmou.

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CONVITE – A presença do Brasil no Mundial só foi possível após um convite da Fiba. A vaga direta não foi conquistada devido à fraca campanha na Copa América, disputada em agosto do ano passado. Na ocasião, a equipe de Magnano acabou eliminada na primeira fase depois de perder para a Jamaica. Jogadores como Lucas Bebê, Vitor Faverani, Tiago Splitter, Anderson Varejão, Marquinhos, Leandrinho e Nenê pediram dispensa da equipe naquela competição.

Segundo o treinador, porém, a seleção tirou lições do episódio. “Fiquei muito triste. Gostaria muito de ter conseguido (classificar) dentro da quadra. Quando soube da possibilidade do convite, fiquei mais tranquilo. Foi um aprendizado para nós”, ressaltou.

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Ele minimizou as críticas feitas por Oscar Schmidt após o torneio continental. Para Magnano, a decisão Fiba de incluir o Brasil está ligada à história do País no basquete. “Ele (Oscar) também é responsável pelo convite, assim como Vlamir, Amauri. Não tenho problemas com as críticas dele”, disse.

“Ouvi alguma coisa, mas é estranho, porque antes da Copa América ele considerava o trabalho positivo”, completou o argentino, que promete conversar com Oscar na primeira oportunidade que tiver, com o objetivo de esclarecer o assunto.

PREPARAÇÃO – De acordo com Magnano, 80% da preparação para o Mundial já está definida. O cronograma terá início na terceira semana de julho. A seleção vai disputar um quadrangular no Brasil e outro na Argentina. Ainda está previsto uma partida contra os Estados Unidos em Chicago e, depois, o time segue para a Europa para mais amistosos.

A última etapa da preparação será em Granada, já na Espanha, palco da primeira fase do Mundial para o Brasil. “Ainda quero mais dois amistosos próximo do Mundial, talvez contra Lituânia e Croácia”, comentou.

O técnico admitiu que trabalha com uma lista de até 18 nomes. No total, 12 jogadores irão defender o Brasil na competição. Há, inclusive, a chance do retorno do ala Marcelinho Machado, que já se despediu da seleção. “Está jogando muito bem. Se tiver que ser convocado, será”, garantiu Magnano.

O Mundial da Espanha será disputado entre os dias 30 de agosto e 14 de setembro. A seleção brasileira está o Grupo A, ao lado da Espanha, dona da casa e vice-campeã olímpica, França e Sérvia, além de Irã e Egito. A estreia será contra os franceses, atuais campeões europeus. “O grupo do Brasil é muito competitivo, mas isso não importa tanto. Estamos no Mundial. É importante para a continuação do trabalho”, afirmou Magnano.

Na sequência, a equipe brasileira enfrenta Irã, Espanha, Sérvia e Egito. Para passar à segunda fase, o Brasil precisa terminar entre os quatro primeiros colocados. Se for o quarto, pega o primeiro do Grupo B, de Argentina, Croácia, Filipinas, Grécia, Porto Rico e Senegal.