?Pressão sempre há. Não adianta só trabalhar, tem que ter resultado.? Consciente, pelo menos, o técnico Guilherme Macuglia, apresentado ontem pelo Coritiba, é. No meio do turbilhão que virou o Alto da Glória desde o rebaixamento para a Série B, o novo treinador chegou sabendo dos problemas que irá encontrar e do que precisa fazer para não ter o mesmo destino de Gilberto Pereira, seu antecessor: vencer. E já tem que mostrar serviço, tanto que logo após o anúncio oficial entrou em campo e preparou a equipe para encarar o J. Malucelli às 16h de amanhã no Couto.
?A continuidade de um trabalho depende de resultados. No papel, um projeto pode ser muito bonito, mas se não vencer, acaba?, raciocina Macuglia.
De acordo com ele, o pouco conhecimento que se tem de seu currículo se deve a questões familiares. ?Sempre preferi trabalhar no Rio Grande do Sul e algumas vezes em Santa Catarina para ficar mais perto da família?, explica. No entanto, o salto do Criciúma para o Alviverde não assusta o profissional. ?Ninguém se torna experiente se não for à luta e quem é técnico de ponta já passou por isso?, analisa.
Por isso, ele acredita que o Coxa poderá ser o degrau que ele precisa para figurar entre os treinadores de ponta no País. ?Temos a convicção que será um trabalho árduo, mas a vida é feita de desafios. O Caio Jr. não era um treinador de ponta no início do ano e agora está no Palmeiras?, exemplifica.
No entanto, ele quer dividir a responsabilidade com os jogadores para fazer essa revolução no Alto da Glória. ?Vamos dividir a responsabilidade, mas eu sou uma pessoa aberta e que procuro usar os melhores critérios para não enganar os jogadores?, garante.
Por isso, ele não vai priorizar um esquema tático no seu início de trabalho no Alviverde. ?Como era atacante, gosto que a equipe tenha um bom equilíbrio nos três setores.
Às vezes, você tem a necessidade de vencer e, às vezes, tem que explorar a necessidade do adversário vencer?, filosofa. A tendência é alternar o 3-5-2 e o 4-4-2 conforme a disponibilidade de jogadores para fazer as funções solicitadas. ?É aquele óbvio do futebol, tentar tirar o máximo possível do elenco que você tem na mão?, aposta.
No momento, ele irá trabalhar apenas com a comissão técnica do clube. Antes de vestir o uniforme, ele se reuniu com o auxiliar Édson Borges, o preparador de goleiros Marcelo Giacomelli e com o preparador físico William Hauptmann e definiu que o trabalho que vinha sendo realizado terá seqüência.
Caíco acerta e cinco devem sair
As novidades no Coritiba não param na saída de Gilberto Pereira e na chegada de Guilherme Macuglia. Ontem, a diretoria alviverde confirmou a contratação do meia Caíco e já avisou que cinco jogadores serão mandados embora em mais uma lista de dispensas. ?Essas contratações estão sendo avaliadas e, no momento, achamos que temos um grupo de 4, 5 jogadores que não vêm correspondendo às nossas expectativas e vamos ter que mudar em relação a esse pessoal?, diz João Carlos Vialle, coordenador de futebol do Coxa.
De acordo com ele, essa saída de jogadores é natural considerando o volume de contratações. ?Nós contratamos 14 e, se você tiver um grupo de cinco e outros oito, nove, que estão dando resultado, a estatística é bastante favorável?, justifica. Tudo isso, no entanto, terá o crivo de Macuglia. ?Temos que esperar a avaliação que está sendo feita com a comissão técnica e poderemos ter surpresas em relação a esses nomes?, destaca. No início do ano, o clube mandou embora vários atletas que estavam fora dos planos como o atacante André Nunes e o lateral Fabinho, que foram para o J. Malucelli, e o meia Renan, que desembarcou na Vila Capanema.
Enquanto isso, Caíco, mesmo estando ainda em recuperação, foi confirmado. ?O Edmílson está certo, terminamos de acertar com o Juliano, pois havia uma pendência, e batemos o martelo com o Caíco. Em 15 dias, ele deverá ser liberado para atuar no campo?, finaliza. Com Caíco, já são 15 os contratados para a temporada 2007, mas outros estão a caminho. ?Temos que ver as carências do clube?, aponta o novo treinador coxa.