A eliminação foi amarga, com derrotas nos clássicos, em uma semana em que nada deu certo. No íntimo, porém, fica a sensação de que o Paraná Clube foi longe demais no estadual. Constatação sustentada pelos números e pelas notórias carências de seu elenco. Bastaram as ausências de três ou quatro peças para o Tricolor sucumbir.

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Essa vem sendo a tônica do azul, vermelho e branco há algumas temporadas. Num passado recente, com mais recursos na condição de integrante da 1.ª divisão nacional, conseguia se reinventar ano a ano. Agora, parece vítima de uma bola de neve que só faz aumentar.

Parece impossível imaginar que o Paraná se manteve, durante algumas temporadas entre 2003 e 2006, mais precisamente, como uma das equipes mais eficientes da “era” pontos corridos. Hoje relegado à Série B, vê sua crise potencializada por não contar com os mesmos recursos de antigamente.

Pior do que isso: há o fato irreversível de que a “camisa tricolor” já não é mais a mesma vitrine de antigamente. Para montar um time competitivo na Segundona, o Tricolor se vê obrigado a gastar mais do que antigamente com contratações e salários. Uma alquimia a ser encontrada pelos dirigentes, sob o risco de ver o clube se acostumar com o 2.º escalão nacional.

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Novos objetivos

A Copa do Brasil é a bola da vez da comissão técnica e do atual grupo, mas as atenções da diretoria devem estar voltadas exclusivamente para a disputa da Série B, que começa no dia 9 de maio. A promessa é de uma reformulação parcial do elenco, com a chegada de seis ou sete reforços.

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Jogadores que nas projeções dos cartolas vêm não para compor o grupo, mas para ser titulares. O atacante Alex Afonso já chegou e hoje será oficialmente apresentado, fruto de uma parceria com a Traffic. Esta será, ao que tudo indica, a fórmula do clube para a sequência dessa temporada: o bom relacionamento com empresários.

Nesse modelo de transações é que o clube pretende acertar com Bebeto (atacante, Gama) e Davi (meia, Avaí). Atletas que seriam cedidos pela L. A. Sports, mesma empresa que num passado recente esteve lado a lado com o Tricolor na campanha vitoriosa de 2006, quando o clube se classificou para uma inédita Libertadores da América.

“Não temos uma parceria fechada. Estamos abertos a qualquer empresário, desde que a oferta seja boa e o jogador do nosso interesse”, resumiu o presidente Aurival Correia. Mesmo com alguns nomes já tendo “vazado”, o vice de futebol Márcio Villela promete surpresas para as próximas semanas, já que a meta é apresentar esses reforços antes da largada da Série B.

Na prática, o time tenta dar o “tiro certo” para não repetir nesse ano o mesmo fracasso de 2008, quando se viu obrigado a montar um novo grupo, às pressas, com a competição em andamento, para escapar de um vexatório rebaixamento para a 3.ª divisão nacional.

Além de reforços, o clube também tenta assegurar as permanências de dois de seus principais jogadores no momento: o volante Agenor e o meia Lenílson. Ambos já declararam o desejo de permanecer na equipe, mas a dificuldade estaria no acerto com o Brasiliense e o Jaguares-México, clubes que detêm, respectivamente, os direitos federativos dos atletas.