Santos – Vanderlei Luxemburgo pensa grande, como sempre repete. Em 1997, na sua primeira passagem pelo Santos, teve a ousadia de convidar Pelé para ser o seu auxiliar. Espantado, o Rei disse não. Há pouco mais de um mês, Luxemburgo pediu que a diretoria contratasse nada mais, nada menos do que Robinho, vendido há um ano e quatro meses ao Real Madrid por US$ 30 milhões, alegando que poderia recuperar o atacante, que estava na reserva no time espanhol. O assunto faz parte do passado porque Robinho voltou a ser titular. E jogando muito. Agora, o técnico quer que o Santos entre para valer na briga para ficar com Nilmar.

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?É uma negociação inviável pelos valores envolvidos?, desconversa o presidente santista Marcelo Teixeira. ?Não há nada de concreto; apenas especulações?, afirmou Nilmar, ao responder à pergunta se o seu destino poderá ser o Santos. O jogador anunciou nesta quarta-feira que entrou na Fifa com um pedido de rompimento do contrato com o Corinthians, em razão de o clube não ter depositado o seu salário de outubro até terça-feira e de não ter pago os R$ 3 milhões referentes às luvas.

Embora o próprio Nilmar afirme que o mais provável é o seu retorno ao futebol europeu em 2007, alguns detalhes indicam o contrário. Desde a contratação do fisioterapeuta Nilton Petroni, Filé, o Santos vem fechando o cerco sobre o jogador, que, inclusive, teria sido convidado a terminar a recuperação da cirurgia no joelho no moderno centro de reabilitação do complexo Modesto Roma.

Filé, que já cuidou de Romário, Ronaldo e do tenista Gustavo Kuerten, entre outros atletas de ponta, seria um motivo a mais para Nilmar preferir o Santos. Outro seria Luxemburgo, que, no domingo à noite, recebeu a visita do empresário de futebol Marcelo Djian e de um dirigente do Lyon, que detém os direitos federativos do jogador, no CT Rei Pelé. Os comentários são de que o encontro foi para ?costurar? o empréstimo de Nilmar ao Santos, saída encontrada pelo Lyon para não perder seus direitos sobre o jogador se o impasse tiver que ser decidido pela Fifa. Coincidência ou não, três dias depois, Nilmar pediu à Fifa que o libere do seu contrato com o Corinthians.

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Quanto à declaração de Teixeira de que os altos valores inviabilizavam uma negociação para levar Nilmar para a Vila Belmiro, não custa lembrar que Luxemburgo disse o mesmo quando lhe perguntaram sobre a possibilidade de Zé Roberto reforçar o Santos, poucos dias antes da sua contratação, com salário mensal de R$ 500 mil, aproximadamente. Além disso, o clube tem a comissão técnica mais cara do futebol brasileiro, representando um gasto mensal em torno de R$ 1 milhão, e paga salários ?europeus? para pelo menos quatro jogadores.

Que serão contratados dois ou três bons jogadores para a próxima temporada, não há dúvida. Se entre eles estiver um bom ex-corintiano, será ideal do ponto de vista santista. E como Luxemburgo considera fato consumado a classificação do time para a Libertadores de 2007, Nilmar seria decisivo para o Santos brigar pelo título da competição.

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Para Teixeira, o negócio seria uma cartada estratégica para calar a oposição no ano em que vai tentar mais uma reeleição e terá dificuldades para aprovar as contas de 2006, no mês de março, em razão de ter chegado ao fim o dinheiro da venda de Robinho.

Auxílio da Fifa

São Paulo – A situação do atacante Nilmar no Corinthians está a cada dia mais complicada. De acordo com informações da TV Globo, o jogador enviou à Fifa um comunicado pedindo à entidade para não ter mais vínculos com o clube paulista. Nilmar reclama que o seu salário de outubro ainda não foi pago e que está há três meses sem ter contato com algum representante da MSI, a parceira do Corinthians, para resolver seu caso.

Ainda se recuperando de uma cirurgia no joelho, realizada em julho, no próprio Parque São Jorge, Nilmar revelou também que o clube lhe deve uma quantia de 3 milhões de reais, que teriam de ser pagos até o último dia 30 de agosto. Insatisfeito com o tratamento dado a ele depois que se lesionou, o atacante resolveu sair do Corinthians, que tem de pagar cerca de 24 milhões de reais ao Lyon, da França, para ele permanecer no time paulista.