Belo Horizonte – O técnico Vanderlei Luxemburgo reagiu com irritação à hipótese de que sua contratação pelo Cruzeiro teria por objetivo também servir de estímulo à candidatura do presidente do clube mineiro, Zezé Perrella, que concorre a uma vaga no Senado pelo PFL de Minas. “Não vim aqui para trabalhar com política, mas com futebol. Se me perguntarem sobre política, vou ser mal-educado. Não vim para ser cabo eleitoral”, afirmou o treinador, durante sua apresentação ontem.
Zezé Perrella também rechaçou o uso eleitoral da contratação de Luxemburgo, que trocou o Palmeiras pelo Cruzeiro no começo da semana. O dirigente disse que se estivesse usando o clube com fins políticos não venderia o lateral argentino Sorín, que, segundo ele, seria seu maior “cabo eleitoral”.
Ao desembarcar em Belo Horizonte, Luxemburgo voltou a dizer que trocou o Palmeiras pelo Cruzeiro atrás de uma estrutura melhor para trabalhar e que a questão financeira não pesou na negociação. “As pessoas ficam falando tantas bobagens. No momento da minha vida profissional hoje, com tanto tempo de futebol, o aspecto financeiro já não tem mais tanta importância, não. Graças a Deus já não tem muita importância”, revelou.
Luxemburgo teria dobrado o seu salário, de R$ 75 mil líquidos para R$ 150 mil mensais, ao aceitar a proposta cruzeirense. Depois de se reunir com a diretoria do Cruzeiro, o técnico evitou falar das possíveis contratações dos meias Ricardinho, do Corinthians, e Petkovic, ambos pretendidos pelo clube mineiro.
O treinador foi apresentado aos jogadores na Toca da Raposa II e já pensa no jogo de domingo, contra o Botafogo, no Mineirão. Sobre o empate por 1 a 1 justamente com o Palmeiras, na rodada de quarta-feira, Luxemburgo disse não ter gostado do resultado. “Um Campeonato Brasileiro em que você está buscando classificação, não pode largar pontos em casa.”