O futebol é uma legítima mina de ouro e fonte inesgotável de oportunidades para Vanderlei Luxemburgo. Um dos treinadores mais vitoriosos (e bem remunerados) do País, ele está encarando o desafio de formar profissionais especializados no esporte como mais um desafio na carreira. E, é claro, um novo empreendimento empresarial.
No sábado, Luxemburgo chegou com ao Palmeiras em Curitiba para dirigir o time, contra o Atlético. Aproveitou a passagem para divulgar sua última empreitada: o Instituto Wanderley Luxemburgo (IWL), entidade que promove cursos de especialização, extensão e pós-graduação nas mais diversas áreas do futebol.
Segundo o treinador, a iniciativa é uma maneira de “retribuir tudo o que o futebol me deu. Tenho 56 anos, 42 deles vividos no futebol”. Pode parecer mera retórica, mas Luxa encontrou mesmo, além de mais um bom investimento, uma maneira de contribuir para suprir uma das principais carências do esporte no Brasil.
Para Luxemburgo, os clubes brasileiros sentem a falta de gente com preparação acadêmica, principalmente na área de gestão. “No futebol brasileiro, temos poucas pessoas preparadas. Os profissionais geralmente não são gestores. Os clubes sofrem com problemas administrativos porque tratam o futebol como entretenimento, não como negócio”, afirma.
Luxa não tem medo de comprar brigas na defesa de sua tese. Para ele, alguns ex-atletas que estão assumindo cargos de gestores não estão preparados para a função. Como Paulo Jamelli, no Coritiba, e Antônio Carlos, no Corinthians.
“É uma nova oportunidade para ex-jogadores, mas tem que se preparar. Conheço a trajetória do Jamelli e sei que ele não se preparou. O Antônio Carlos parou de jogar e já assumiu um cargo de diretor num clube como o Corinthians. Será que o Jamelli está pronto para sentar com o departamento de marketing e discutir uma estratégia? É uma preparação que você tem que ter”, dispara.
Mais desafios
Outra cruzada que Luxemburgo quer enfrentar com a ajuda do IWL é livrar a profissão de treinador de futebol do vínculo com a educação física, matéria em que o profissional tem que ser formado para trabalhar.
“Estamos tentando junto ao Ministério da Educação o reconhecimento de um curso de graduação em futebol. O Cref (Conselho Regional de Educação Física) queria me impedir de ficar no banco porque não paguei uma taxa de R$ 90, mas permite que o Matthäus e o Passarella venham trabalhar no Brasil, ou que pessoas como o Dunga assumam a seleção brasileira. Quando fui para o Real Madrid, precisei da aprovação da associação nacional de treinadores da Espanha, entidade que queremos formar aqui no Brasil”, critica.
Para começar a encarar os desafios, e atrair alunos para o empreendimento, o IWL montou um time de respeito. Além do próprio Luxa, que dá aulas de técnica e tática de futebol, conta também com gente como Joaquim Grava, na medicina; José Carlos Brunoro, no marketing e gestão esportiva, e Nilton Petroni, o Filé, na fisioterapia.
Quem se interessar, pode conferir mais sobre o IWL no endereço eletrônico www.esporteecultura.com.br.