A crise diplomática entre os Estados Unidos e sete países muçulmanos chegou, claro, também ao esporte. Após o presidente Donald Trump proibir por 90 dias a entrada nos EUA de pessoas nascidas nessas sete nações de maioria muçulmana, o Irã reivindicou o princípio da reciprocidade para fazer o mesmo.
O primeiro impacto desse veto deve ser justamente na modalidade que foi um símbolo de como contornar as más relações entre EUA e Irã. Entre 16 e 17 de fevereiro vai acontecer a etapa iraniana da Copa do Mundo de Luta e os Estados Unidos, que assim como o Irã são potência na modalidade, não pretendem deixar de ir com 13 atletas.
Nesta segunda-feira, Rich Bender, diretor executivo da USA Wrestling, a federação americana de luta, disse à agência de notícias The Associated Press que os americanos têm “total interesse” em viajar para Kermanshah. Ainda de acordo com ele, sua entidade recebeu garantias dos iranianos de que a delegação, de 19 pessoas, terá uma atenção especial.
Em 1998, a equipe de luta livre dos Estados Unidos foi a primeira do país a visitar o Irã depois de um hiato de 20 anos. Desde então, a equipe do Irã foi 16 vezes aos Estados Unidos para competir.
“A luta tem mostrado uma longa, rica e transcendental política, apesar das desavenças governamentais. Essa é a beleza do esporte e do movimento olímpico. É sobre competir, não sobre política”, completou Bender.