Um grupo de atletas campeões mundiais de basquete em 1959 e 1963 levou nesta quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma proposta de trabalho. Já aposentados e afastados há anos do basquete, o grupo – no total formado por 12 ex-atletas, dos quais quatro estiveram em Brasília – quer dar palestras e trabalhar, prestando consultoria, de preferência no Museu itinerante do Basquete, que será lançado em março deste ano.
Os ex-atletas dizem não querer uma bolsa ou uma aposentadoria do governo. “Todos nós já somos aposentados. Estamos nos colocando como prestadores de serviço”, disse Wlamir Marques, capitão do time em 1959. “Não viemos em busca de migalhas. Acho que estou valendo alguma coisa nesse País. O País me deve alguma coisa, joguei 18 anos pela seleção. Não quero ficar rico, quero trabalhar pelo meu País”.
A proposta, apresentada pelos ex-atletas na última sexta-feira ao ministro do Esporte, Orlando Silva, é que sejam usados como consultores, conselheiros ou palestrantes. Uma das ideias é que possam fazer palestras nas apresentações do Museu do Basquete, que o ministério pretende lançar em março. Em troca, receberiam por isso. Uma forma de ajudar financeiramente ex-atletas que vivem das mal pagas aposentadorias do INSS. “Todos sabem o que significa essas aposentadorias”, disse Wlamir.
De acordo com o secretário de esportes de alto rendimento do ministério, Djan Madruga, o presidente disse ao ministro para levar adiante a proposta. “O presidente pediu atenção especial ao projeto”, disse. “Vamos iniciar um movimento dentro do governo para ajudar atletas em transição de carreira”. No final do mês, será feito num seminário em parceria com a Universidade de São Paulo sobre transição de carreira.