O Ministério do Esporte confirmou oficialmente nesta sexta-feira, por meio de nota, que Luiz Lima pediu demissão na última quinta e deixou o comando da Secretaria Nacional de Alto Rendimento da pasta. Na mesma nota, o ministério também anunciou que Rogério Sampaio assumirá o cargo após ter sido escolhido como substituto.

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Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, o ex-judoca já chefia atualmente a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e o Ministério do Esporte informou que ele continuará interinamente no cargo, comandando assim as duas secretarias ao mesmo tempo.

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Por meio de uma carta enviada ao ministro do Esporte, Leonardo Picciani, Luiz Lima alegou motivos pessoais para deixar o cargo que ele ocupava desde julho do ano passado. E a nota oficial desta sexta destacou que o líder da pasta “elogiou o empenho de Lima pelo período em que esteve à frente do cargo, dialogando com atletas e entidades esportivas, dedicado em promover o desenvolvimento do esporte no Brasil”.

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Nesta sexta-feira, Luiz Lima, que é ex-atleta olímpico da natação, usou a sua página no Facebook para comentar a sua saída da Secretaria Nacional de Alto Rendimento e ainda divulgou a carta que endereçou a Picciani na mesma postagem na rede social. Com histórico de atleta e com formação em educação física, o ex-nadador agradeceu a todos os funcionários do Ministério do Esporte, em especial à equipe da qual fazia parte como líder, pela “dedicação e carinho sempre presentes”.

“Conheci pessoas excelentes, conheci jovens e pessoas mais experientes, bolsistas, terceirizados, servidores de carreira e comissionados. Todos unidos por apenas um objetivo: desenvolver o esporte brasileiro”, escreveu Luiz Lima, que em seguida enfatizou: “Fazer política pública é muito sério, ter responsabilidade sobre recursos produzidos por todos os brasileiros, do mais humilde ao mais rico cidadão é o grande desafio do servidor. Priorizar as ações que irão atingir com eficiência a população através da promoção esportiva foi sempre o meu objetivo”.

Apesar do tom cordial da sua carta, o ex-nadador deixou claro que estava insatisfeito com o cenário político no qual se sentiu impotente para tomar as decisões que gostaria como comandante da Secretaria Nacional de Alto Rendimento.

“Recebi elogios, sugestões e também críticas. Encarei todas essas reações, como direito de cada cidadão em expressar a sua satisfação ou insatisfação, que merece ser atendido de acordo com as suas necessidades e verdades, sendo todas essas reações absolutamente normais. As necessidades foram as mais variadas, algumas vezes emocionantes, me fazendo chegar às lágrimas, muitas vezes com a sensação de impotência em relação as necessidades de emergência e básicas do nosso País”, lamentou Luiz Lima.

Em seguida, ele ressaltou: “Amigos, chegou um momento que a minha política não cabia mais dentro do Ministério do Esporte, separar o Luiz com uma formação de atleta e professor do Luiz secretário ligado a um sistema que precisa dar uma guinada de 180 graus, se tornou incompatível com as minhas verdades e com a educação passada por meus pais, passaram a existir mais divergências do que convergências. Algo normal em qualquer relação de trabalho, posso estar certo ou errado, mas não poderia continuar”.

No final de sua carta, Luiz Lima admitiu tristeza por não poder continuar no cargo que ocupava, mas ao mesmo tempo disse estar feliz com o bom “legado” que acredita ter deixado com o curto período de trabalho no cargo, no qual destacou que ajudou a construir um movimento que ajudou no processo de “democratização do esporte brasileiro”.

Já na carta a Picciani, o ex-nadador agradeceu pela confiança e prestígio que o ministro lhe conferiu enquanto ele esteve à frente desta secretaria do Ministério do Esporte e disse estar confiante de que a pasta “buscará meios para desenvolver sempre a melhor política esportiva para o nosso país”.

“Como atleta olímpico e professor de educação física, encerro a função de secretário nacional de esporte de alto rendimento com a certeza de ter feito o melhor, escolhido os caminhos corretos com a minha verdade e com os ensinamentos que tive ao decorrer da minha vida. Meu principal objetivo foi promover ações esportivas compatíveis com o momento que estamos vivendo, priorizando sempre o correto uso do dinheiro público”, escreveu Luiz Lima na carta.