São Paulo – Luís Fabiano continua fazendo história no São Paulo. Domingo, contra a Portuguesa Santista, alcançou a marca dos 102 gols com a camisa do clube, em 133 jogos – média de 0,76 gol por partida, inferior apenas aos números de Friedenreich, com 0,81. Para completar, em três partidas pelo Paulistão, não recebeu cartão amarelo.
O artilheiro decidiu mudar. No final da última temporada percebeu que seu temperamento explosivo prejudicava sua carreira. As constantes expulsões colocariam em risco o seu futuro, principalmente em relação à seleção. Até mesmo o técnico Parreira disse que Luís Fabiano tinha de mudar. E ele obedeceu. Durante as férias, procurou uma psicóloga para iniciar tratamento. Os resultados já foram mostrados. “Decidi mudar, porque percebi que minha carreira seria prejudicada”, reconheceu.
Além de não tomar cartão no atual campeonato, o artilheiro da competição, com cinco gols, tem estado mais tranqüilo nos jogos. Um dos responsáveis é o técnico Cuca.
O treinador chegou ao São Paulo com fama de disciplinador. E sabia que tinha o desafio de colocar Luís Fabiano na linha. Por essa razão, Cuca chamou o atacante e disse a ele que se continuasse com o mesmo comportamento, seria cada vez mais perseguido. Então, recomendou que evitasse os cartões amarelos. “Se ele (Luís Fabiano) ficar uns quatro ou cinco meses sem receber amarelo, deixará de ser visado pela arbitragem”, dizia o técnico.
Para ajudar ainda mais o artilheiro são-paulino, a diretoria contratou o atacante Grafite, que veio para o São Paulo credenciado pela boa campanha no Goiás. A dupla de ataque prometia. Chegava ao time o ?garçom? que tanto faltava. O próprio Grafite diz que pretendia dar muitos gols a Luís Fabiano. E os números do Paulistão provam que os dois estão afinados. Dos sete gols marcados pelo time no torneio, cinco foram de Luís Fabiano e dois de Grafite.
A prioridade de Luís Fabiano é a Libertadores. Ele quer dar esse título para o clube e para a torcida.
Afinal, em junho, pode deixar o São Paulo, já que tem propostas do exterior. “Não vou sair do São Paulo sem um título, ser apenas artilheiro não basta”, diz, constantemente, Luís Fabiano.