São Paulo – Embalada pela temporada positiva, com destaque para o tricampeonato da Volta Internacional da Pampulha, a mineira Lucélia Peres, de 25 anos, finalizou sua preparação para a 82.ª Corrida Internacional de São Silvestre. Quarta colocada e melhor atleta nacional do ano passado, ela é considerada uma das grandes esperanças nacionais de conseguir o topo do pódio, o que não acontece desde 2002.
Um bom resultado na principal prova de rua da América Latina é importante para a atleta, que quer começar motivada seu treinamento para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
?Meu grande objetivo no ano que vem é o Pan, no qual já estou pré-convocada em razão dos tempos nos 5 e 10 mil metros. Por isso, nada melhor do que começar o ano com um resultado positivo na São Silvestre. A temporada foi bem positiva e chego para esta edição 100%, exatamente como no ano passado, só que mais experiente e com marcas importantes ao longo do ano?, explica a atleta, que mora e treina em Brasília.
O ano foi realmente bom para Lucélia. Ela venceu o circuito nacional de provas de meio-fundo e fundo, terminou a temporada como líder do ranking dos 5 e 10 mil metros, foi vice-campeã ibero-americana dos 3 e 5 mil, além do tricampeonato na Pampulha. ?Vou continuar mesclando provas de rua e pista na minha carreira. As coisas estão bem e não vejo problema em continuar participando das duas coisas?, ressaltou.
Com relação à participação na São Silvestre, Lucélia destaca que está preparada para este desafio. ?É uma prova dura, sem dúvida. Mas treinei bem e espero repetir a boa performance de 2005. A diferença deste ano é que meus resultados foram melhores e estou um ano mais experiente?, destaca.
Além de Lucélia, o atletismo nacional terá outros destaques na prova feminina, como Márcia Narloch, medalha de ouro na maratona do Pan de Santo Domingo, em 2003, vencedora dos 10km Rio e duas vezes terceira colocada na São Silvestre; Sirlene Pinho, bicampeã da Prova Sargento Gonzaguinha; Ednalva Laureano, quarta na SS em 2003; Marizete de Paula Rezende; Marily dos Santos, Leone Justino, entre outras, também aparecem com chances de levar o País a um lugar de destaque no pódio feminino.
Bônus
Participar da Corrida Internacional de São Silvestre é, por si só, motivo de alegria para os principais atletas brasileiros. Afinal, trata-se da maior disputa do gênero na América Latina e um resultado positivo faz com que o competidor tenha projeção internacional e ampla divulgação na mídia. Agora, os organizadores proporcionarão uma razão a mais para os corredores brasileiros conseguirem a vitória e um bom tempo. O atleta nacional que conseguir quebrar o recorde da São Silvestre receberá um bônus de R$ 10,5 mil.
Vencer e com quebra de recorde é tudo o que qualquer atleta busca. A missão, porém, não será nada fácil. No masculino, o recorde é do queniano Paul Tergat, com o tempo de 43min12s para os 15 quilômetros, marca obtida na edição de 1995. O recorde feminino é ainda mais antigo, da edição de 1993, de Helen Kimaiyo, que completou a prova em 50min26s.
Tradição da prova facilita a vinda de atletas de elite
São Paulo – A mais tradicional e importante prova de rua da América Latina promove hoje a sua 82.ª edição. E esta longevidade é mais um motivo para que a Corrida Internacional de São Silvestre continue atraindo inúmeros corredores de todo o País e do exterior, todos em busca de um lugar no topo do pódio. Mas este não é o único atrativo: a prova é um verdadeiro berço de ídolos, capaz de transformar corredores normais em estrelas do atletismo internacional. Assim foi com inúmeros nomes do esporte e que hoje se destacam nos cenários nacional e internacional.
Exemplos deste poder são inúmeros entre os atletas nacionais, como José João da Silva, João da Mata, Emerson Iser Bem, Ronaldo da Costa, Roseli Machado, Maria Zeferina Baldaia, Marizete Resende e Marilson Gomes do Santos, entre outros, que venceram a prova e atingiram um outro nível dentro do esporte.
No caso do Brasil, a São Silvestre acaba sendo a coroação de atletas que começam a se destacar em outras disputas nacionais. Eventos como a Maratona Internacional de São Paulo, Meia Maratona Internacional do Rio de janeiro e Volta Internacional da Pampulha, por exemplo, têm sido verdadeiros celeiros de atletas ao revelar novos competidores. Franck Caldeira, Lucélia Peres, José Telles, Sirlene Pinho, entre outros, estão aí para confirmar este fato.
Entre os estrangeiros a situação não é diferente. Ao longo da história, atletas como Vitor Mora, Rolando Vera, Arturo Barrios, Carlos Lopes, Rosa Mota, o pentacampeão Paul Tergat, Simon Chemoiywo, Robert Cheruyiot, Marta Tenório, Maria Del Carmem e Olivera Jevtic têm suas carreiras ligadas intimamente à Corrida Internacional de São Silvestre, que serviu de trampolim para o posterior sucesso no circuito internacional. Na esteira do sucesso da São Silvestre, o mercado nacional acabou se tornando uma grande opção para os quenianos, que chegam em setembro e acabam participando de várias provas como preparação para a São Silvestre, elevando o nível técnico dessas competições.
História marcada pelo heroísmo de Cásper Líbero
Nem mesmo Cásper Líbero -idealizador, organizador e promotor da Corrida de São Silvestre – poderia supor que aquela competição que reuniu apenas 48 atletas em 1925 iria transformar-se em uma das mais importantes provas de pedestrianismo do mundo, com representantes dos cinco continentes. Mais do que isso, fazer parte do calendário mundial de provas de rua, oficializada pela Associação Internacional dos Atletas Federados (IAAF).
A idéia da realização da São Silvestre nasceu quando, em viagem a Paris, Cásper Líbero assistiu a uma prova noturna em que os competidores carregavam tochas de fogo. Idealista e empreendedor, o jovem jornalista que havia assumido a direção do jornal A Gazeta Esportiva em 1918 já se caracterizava pela criatividade como vitorioso em seus projetos e idéias.
Acostumado a superar obstáculos, o ?pai? da São Silvestre fez com que ela fosse realizada mesmo diante das maiores dificuldades. Exemplo dessa determinação foram as edições de 1932, durante a Revolução Constitucionalista em que São Paulo lutava contra outros estados brasileiros, e as de 1939 até 1945, durante a II Guerra Mundial, todas realizadas com o mesmo brilho das demais.
Até a sua 20.ª edição, a São Silvestre era disputada apenas por brasileiros. A partir de 1945, assumiu caráter internacional com a participação de atletas de diversos países. Pelas ruas de São Paulo já correram atletas americanos, europeus, africanos e asiáticos. Em 1975, ano em que a ONU homenageou as mulheres com o Ano Internacional da Mulher, a organização da São Silvestre, sensível aos acontecimentos mundiais, instituiu a primeira prova feminina, desenvolvida em conjunto com a masculina, mas com classificação em separado.
Diversas alterações foram promovidas na estrutura da São Silvestre a partir de 1989, sempre com o objetivo de aprimorar o nível técnico da competição. Inverteu-se o sentido do percurso, separou-se a competição feminina da masculina, dando maior destaque a ambas, alterou-se o horário da prova e ampliou-se o percurso para exatos 15 mil metros (em 1991), atendendo às especificações da IAAF para poder integrar seu calendário.
Em 1995, foi a vez de o atletismo feminino brasileiro brilhar na prova. A brasiliense Carmem de Oliveira, depois de perseguir o primeiro lugar por vários anos, foi a melhor entre as mulheres. Carmem entrou para a história da disputa ao se tornar a primeira brasileira a vencer a São Silvestre. Em 96, o queniano Paul Tergat, recordista mundial dos 10 mil metros, alcançou o bicampeonato, entrando para a história da disputa. O fim do milênio consagrou Tergat. Numa das mais emocionantes disputas, ele conquistou seu quinto título na prova, entrando para a história como o maior vencedor da São Silvestre.
A primeira edição do século 21 foi positiva para o Brasil. Depois de cinco anos longe do topo do pódio feminino, as atletas brasileiras deram um show, com a vitória de Maria Zeferina Baldaia e outras seis competidoras entre as dez melhores. Em 2002, repeteco brasileiro no topo do pódio feminino. Desta vez, a goiana Marizete Resende garantiu o segundo título nacional consecutivo na prova. Das dez primeiras, apenas duas não eram brasileiras.
Em 2003, Marilson recolocou o Brasil em primeiro lugar após cinco anos. O brasiliense chegou para a prova embalado por duas medalhas conquistadas no Pan-Americano de Santo Domingo no meio do ano (prata nos 10 mil metros e bronze nos 5 mil) e deu um show na chegada. Ele forçou o ritmo na subida decisiva da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, assumiu a liderança da prova nos últimos metros e escreveu seu nome na história da São Silvestre.
A edição de 80 anos foi dominada pelos quenianos. Robert Cheruiyot se recuperou do resultado irregular do ano anterior para garantir o segundo título em São Paulo e se consagrar definitivamente na história da disputa. Clodoaldo Gomes, com o quinto lugar, foi o melhor brasileiro em 2004. Já no feminino, Lydia Cheromei garantiu o tricampeonato (havia vencido em 99 e 2000) com um desempenho perfeito. A edição de 2005 marcou a volta do País ao topo do pódio no masculino, com Marilson Gomes dos Santos.
Amadores correm a favor da saúde
São Paulo – A São Silvestre é o último desafio do ano para atletas e amadores. Especialistas avisam que é fundamental ter treinado bastante e realizado exames médicos para completar a corrida sem ?surpresas?. ?Seja qual for sua meta esportiva, a avaliação clínica visa a sua segurança?, explica o preparador físico Aullus Sellmer, da 4any1. Além do percurso íngreme, os atletas lutam contra a insolação e a desidratação.
O educador físico e fisioterapeuta Christian Pecora explica que ?somos todos treináveis?, mas alguns cuidados são necessários. Ele avisa que os participantes terão de passar longe das bebidas alcoólicas e comidas gordurosas – ingredientes rotineiros nas ceias natalinas. ?Quem não se controlar no Natal pode colocar tudo a perder, o organismo vai absorver errado e o rendimento vai cair, por isso, deixe para brindar depois da São Silvestre?, explica. Logo após a corrida, coma carboidratos complexos como pão, milho, batata, para acelerar a recuperação.
Previsão de gastos explode
O Complexo Esportivo de Deodoro, a principal obra do governo federal para o Pan, vem gerando muitas dores de cabeça para a União, que teve seu orçamento estourado.
A previsão de gastos, que girava em torno de R$ 45 milhões, passará pelo menos para os R$ 94 milhões. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
O centro sediará provas de hipismo, hóquei sobre a grama, tiro, pentatlo moderno e tiro com arco. O centro de hipismo é o que poderá receber o maior número de pessoas: três mil ao todo.
Onze dias após deixar o governo, em março deste ano, o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz, no lançamento da pedra fundamental do centro, prometeu gastar R$ 45 milhões e entregar um ano depois as arenas de cinco esportes na Vila Militar.
O quadro atual, porém, é desanimador. Só nos últimos dias deste mês, a obra teve as primeiras colunas dos prédios aparecendo. A curiosidade é que à época do anúncio de Queiroz, a obra ainda não havia sido licitada.
Apesar da pequena melhora, o orçamento e o prazo de entrega do projeto estouraram. Ricardo Leyser, principal executivo do governo federal no Pan, declarou que o complexo custará, no mínimo, R$ 94 milhões à União, cifras superiores à previsão feita por Queiróz.
Ao serem abertos, os envelopes que licitaram a obra apontavam que o gastos estariam em R$ 76 milhões, valores divulgados por placas das construtoras que estavam no bairro de Deodoro.
Leyser adiantou ainda que as arenas ficarão prontas em abril. Os operários, por sua vez, consideram o prazo atual muito pequeno. Já as previsões nas placas assinaladas pelas construtoras e pelo governo indicam de que a obra ficará pronta em 28 de maio.
Mais R$ 30 milhões para obras no Rio
O governo liberou mais R$ 30 milhões para as obras de infra-estrutura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, que serão realizados no Rio de Janeiro.
A verba foi liberada por meio da Medida Provisória 336, publicada no Diário Oficial da União, que distribuiu R$ 385,263 milhões em créditos extraordinários a diversos ministérios.
Seleção norte- americana de basquete fora do Pan
O técnico da seleção brasileira de basquete, Lula Ferreira, confirmou que a seleção de basquete dos Estados Unidos não vai disputar os Jogos Pan-Americanos, no ano que vem, no Rio de Janeiro.
O treinador informou que a notícia foi passada diretamente do Comitê Olímpico Americano à Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
De acordo com Lula, a justificativa dada pelo comitê americano foi de que o torneio de basquete dos Jogos Pan-Americanos não é classificatório para nenhuma competição importante e que os Estados Unidos vão priorizar o Pré-Olímpico, classificatório à Olimpíada de Pequim-2008.
O Pan-Americano 2007 é prioridade para a seleção brasileira, que tentará o tricampeonato.