Lua-de-mel com o sucesso

Depois do título de 2001, pela primeira vez o Atlético traçou um planejamento e cumpriu o que foi determinado. O resultado pode ser visto no campo: o time está em segundo lugar no Campeonato Brasileiro e lutando palmo a palmo pelo título da competição com o Santos. Além de estar na busca pela segunda estrela dourada ainda em 2004, a diretoria já traçou a programação para 2005. Em entrevista ao repórter Rodrigo Sell, da Tribuna, o presidente João Augusto Fleury da Rocha diz que o clube aprendeu com os erros do passado e está preparado para os desafios do futuro.

Paraná-Online –

O senhor anunciou no dia 2 de janeiro que o Atlético entraria nos campeonatos para ganhar. O planejamento que foi feito está dentro do previsto?
Fleury – Eu disse que nós estaríamos no mesmo nível dos favoritos da conquista do título e isso nós estamos realizando. Nós estamos, hoje, no mesmo nível de competitividade daqueles que têm condições de ganhar o título do Campeonato Brasileiro, assim como nós estávamos também no Campeonato Paranaense. É bem verdade, também que, num acidente no final, não ganhamos, mas chegamos à final até em condição de competitividade melhor do que o adversário. Agora, o sistema de competição é diferente, então esse acidente não irá acontecer e quem vencer será aquele clube que tiver amealhado um desempenho médio por mais tempo durante a competição. A 15 rodadas da final, nós estamos mantendo o mesmo nível do nosso adversário direto, que é um dos favoritos para conquistar o campeonato. Então, estou satisfeito sim.

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– O que mudou do ano passado para este ano? Os erros foram corrigidos?
Fleury – Mudou no Atlético, acima de tudo, a aplicação. Nós sabíamos, no ano passado, das dificuldades, mas sabíamos que era uma primeira vez que se disputava um campeonato de pontos corridos. Nós não tínhamos ainda uma noção do que significava isso. Tivemos uma experiência e já neste ano, com o conhecimento adquirido, nós tivemos condições de planejar melhor a nossa participação durante o ano. Mudou a postura que nós tínhamos em relação ao critério que a competição utilizou.

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– Ao contrário de 2001, quando a diretoria daquela época aparecia bastante, agora, os atuais dirigentes aparecem pouco na mídia. Isso é uma opção própria?
Fleury – Isso é um estilo pessoal de cada um. Sabemos que quem deve ser referenciado é o grupo de trabalho, é o jogador, é aquele que é o ídolo da galera. O diretor é uma peça muito mais da parte administrativa do clube do que da parte esportiva. Não achamos que seja necessário esse tipo de exposição, não só pela nossa índole pessoal, mas acima de tudo porque nós queremos enaltecer o Atlético como um todo e não queremos personalizar o Atlético. Não queremos atribuir o resultado positivo ou negativo a um único indivíduo ou a um grupo de indivíduos. Se o Atlético está bem hoje, até a grama do CT é responsável por isso.

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– No início do campeonato houve um estremecimento na relação torcida x diretoria. Como está esta relação agora?
Fleury – Na verdade, aquele estremecimento com a torcida foi uma coisa unilateral, que partiu de um grupo de pessoas que percentualmente não representa a torcida do Atlético. A torcida do Atlético é esta que está aí, hoje, vibrando nas ruas. Aquela que comparece ao estádio, que incentiva, aquela que não tem nenhum interesse subalterno, aquela que não é subsidiada por interesses políticos. Essa é a verdadeira torcida do Atlético que, segundo o Ibope, chega a cerca de um milhão de pessoas. Existem 300 pessoas aí, que nem sempre estão satisfeitas, mas, infelizmente, não se pode agradar a todo mundo.

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– Com relação aos ingressos, a diminuição do valor da arquibancada de R$ 30,00 para R$ 15,00 possibilitou o aumento da torcida na Arena. A diretoria pretende manter esse preço daqui para frente?
Fleury – A gente tem um profundo respeito da decisão judicial e, enquanto ela estiver vigindo, nós não podemos cogitar qualquer outra postura a não ser obedecê-la. Não é uma questão de filosofia. Enquanto não for julgado em definitivo nós não vamos nos envolver. Por enquanto, só tem uma decisão liminar.

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– Foi um bom negócio manter o ingresso a R$ 15,00, já que o Atlético tem a melhor média de público entre os clubes paranaenses e deverá lotar nos próximos jogos do Nacional?
Fleury – Lotar contra o Flamengo e contra o Corinthians, não precisa saber o preço do ingresso. Contra o Corinthians, os ingressos foram vendidos com 48 horas de antecedência e revendidos pelos cambistas a três vezes o valor de face. Sabe o que o significa isso? Que o torcedor não acha caro R$ 15,00, não acha caro R$ 30,00, porque eles pagaram R$ 50,00. Eu quero ver encher a casa contra o Guarani, contra o Vitória. Eu preciso que o torcedor se conscientize que o Atlético joga todas as partidas valendo três pontos. Não é só contra o Flamengo e contra o Corinthians. A expectativa é de que após o jogo contra o Flamengo, que é contra o Atlético/MG, a casa encha igualmente.

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– Se a Arena tivesse atualmente 35 mil lugares também encheria. O que a diretoria pode falar agora sobre a possibilidade de término do Joaquim Américo?
Fleury – Em princípio, a torcida não está lotando. Sobraram alguns ingressos no jogo contra o Corinthians e jogo do Corinthians, assim como o jogo do Flamengo e da seleção brasileira não contam, porque esses jogos têm um apelo por si só. Aqui em Curitiba, lota. É preciso ter como referência o jogo contra o Guarani e aí o torcedor ainda está em débito para com o seu clube. Porque, quando eles completarem os 24,7 mil lugares colocados à disposição estará comprovada a necessidade da conclusão dos números de lugares projetados.

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– E a conclusão da Arena?
Fleury – Nós dependemos do andamento das ações judiciais. Estamos ganhando as ações, elas estão seguindo dentro do previsto, mas ainda não temos previsão de quando isso vai acontecer. Mas não demorará muito. Assim que a gente tome posse (do terreno), o projeto arquitetônico já está definido, e será o suficiente para que a gente possa iniciar a construção.

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– A diretoria já está pensando no ano que vem? Independente do título, o Atlético está bem próximo de conseguir uma vaga para a Copa Libertadores. Esse planejamento já foi iniciado?
Fleury – Nós também tiramos muitas lições da Libertadores de 2002. A confirmar a nossa participação da Libertadores, que a gente espera que aconteça dentro de 12 rodadas, nós já podemos iniciar a execução de um planejamento, que nós já temos pronto. Tivemos uma experiência funesta em 2002, uma decepção completa. Nós sabemos a causa daquilo, nós identificamos o problema, diagnosticamos a solução e estamos executando as medidas necessária para não reincidir no mesmo erro.

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