Era para ter sido uma goleada em cima do Nacional, mas o Atlético esbarrou em seus próprios erros, na arbitragem desastrosa de Sandro Schmidt, no gramado horroroso do Erick George e no sol escaldante em Rolândia. Mesmo assim, fez a obrigação de favorito ao título do Campeonato Paranaense e venceu por 2 a 1 o modesto time da casa, ontem. Com o resultado, o time mantém a ponta do grupo A da competição. O próximo compromisso do Furacão, no entanto, será o Moto Club, quarta-feira, em São Luís, pela Copa do Brasil.
Para se ter uma idéia, no primeiro tempo, a única bola com perigo chutada a gol entrou. Graças ao volante Gil, que desviou uma cobrança de falta de Cristian e tirou o goleiro Odair totalmente da jogada. No mais, um festival de chutões, caneladas e pouquíssimo futebol. Quando a bola rolou e o craque Dagoberto dominou, foi abalrroado na área, mas acabou levando bronca do péssimo árbitro. O mesmo aconteceu com Bruno Lança e com Moreno, no segundo tempo. Além de serem prejudicados, ainda levaram pito pela miopia do juiz.
O principal atacante rubro-negro perdeu um gol na pequena área no final da primeira etapa, mas a bola bateu na canela e subiu demais. ?O nosso maior adversário é este campo em que a bola quica demais?, reclamou Cléo, que teve muitas dificuldades no controle da pouco visível pelota laranja. Sorte dos rubro-negros que o time voltou melhor na etapa final e procurou jogar mais e não reclamar do gramado, nem do soprador de apito.
Assim, Cléo teve tranqüilidade para receber uma bola pela ponta esquerda e tocar para Dagoberto no meio da área. O craque só completou e cravou 2 a 0. Parecia que uma goleada estava sendo configurada, principalmente pela expulsão, aos 4 minutos, de Magrão, ao dar uma cotovelada em Dago. No entanto, a péssima pontaria dos atleticanos acabou ajudando o NAC, que somente se defendia e esperava para sair de campo sem humilhação.
Teve até pênalti perdido por Dagoberto, que chutou na trave, e uma seqüência de chutes de Dênis Marques que, no máximo, raspou o poste. Nada que colocasse em risco os três pontos, mas Sandro Schmidt deu uma mãozinha para o Nacional e soprou pênalti de Danilo em cima de Montemor. Duvidoso, nem dentro da área foi. O lateral-esquerdo Ígor deu um bico no meio do gol e Tiago Cardoso quase defendeu. Ficou nisso mesmo. Depois dos maranhenses, o Atlético volta a jogar pelo Estadual no sábado contra o Francisco Beltrão, fora de casa.
Cabeças podem rolar
O puxão de orelha vai doer. Foi o que o técnico Lothar Matthäus anunciou na breve entrevista coletiva após a vitória do Atlético sobre o Nacional, em Rolândia. Apesar dos três pontos conquistados, ele não gostou nada do que viu em campo e vai cobrar mais empenho dos jogadores. Hoje, ele deve reunir os atletas para um treinamento e já deverá mostrar a insatisfação pela fraca atuação de ontem. Para a partida contra o Moto Club, na estréia na Copa do Brasil, em compensação, ele terá força máxima.
?Alguns jogadores não atuaram realmente lá no campo, ficaram parados e eu não vou aceitar isso. Isso não tem nada a ver com futebol e vou falar com os jogadores sobre esse jogo porque é necessário?, disparou o alemão. De acordo com Matthäus, os atletas atuaram sem inteligência. ?Faltou alegria, paixão e alguns jogadores não podem vestir a camisa do Atlético, que tem que ser vestida com honra?, continuou. A tradução foi feita pelo auxiliar-técnico Jost Vieth.
De acordo com o volante Cristian, Matthäus teve razão nas críticas. ?Eu acho que a equipe poderia ter saído com um placar elástico. Construímos bastante e pecamos em alguns lances?, opinou. Para ele, o time precisa se empenhar mais mesmo. ?Alguns jogadores têm que pensar no que estão fazendo e, na próxima partida, tentar dar o melhor de si?, corroborou.
Contra os maranhenses, o treinador poderá contar com as voltas de Michel Bastos e Alan Bahia, que não atuaram em Rolândia devido a suspensão automática, e com Cléber e Jancarlos, poupados. Hoje pela manhã, a delegação levanta vôo de Londrina, onde ficou concentrada para a partida contra o Nacional, em direção a São Luís do Maranhão. A estréia na Copa do Brasil está programada para quarta-feira, às 22h de Brasília, no Estádio Nhozinho Santos.
CAMPEONATO PARANAENSE
Grupo A – 1.ª Fase – 10.ª Rodada
Local: Erick George (Rolândia)
Árbitro: Sandro Schmidt
Assistentes: Gílson Bento Coutinho e Cléber Eduardo F. dos Santos
Gol: Cristian aos 38 do 1.º tempo; Dagoberto aos 3 e Ígor aos 30 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Cristian, Gil, Dagoberto, João Renato, Danilo, Ígor
Expulsão: Magrão
Renda: não divulgada
Nacional 1 x 2 Atlético
Nacional
Odair; Lucas (Welington), João Renato, Éverton e Ígor; Gil, Ânderson (Joélson), Magrão e Juninho; Agnaldo (Ricardo) e Montemor. Técnico: Dirceu de Mattos
Atlético
Tiago Cardoso; Erandir, Paulo André e Danilo; Bruno Lança, Cristian, Simão (Evandro), Ferreira (Dênis Marques) e Moreno; Dagoberto e Cléo (Selmir). Técnico: Lothar Matthäus
