No filme Missão impossível, o "mocinho" consegue reverter a qualidade da missão, por mais difícil que seja, e sai de cena vitorioso. Para o Paraná Clube, o filme vai servir de inspiração a partir de agora.
Com apenas sete pontos somados em oito jogos, o tricolor tem que vencer no mínimo quatro das seis partidas restantes e ainda torcer para o insucesso dos adversários diretos à classificação. Mais que isso, a grande questão será quebrar a série de derrotas consecutivas – já são três.
"Enquanto tiverem chances matemáticas, podemos, sim, nos classificar. Essa partida contra o Engenheiro Beltrão é chave. Se vencermos, podemos deslanchar", acredita o técnico Lori Sandri. Apesar de confessar que o trabalho que iniciou ontem será feito a longo prazo, pensando no brasileiro, ele ainda acredita no estadual. "A luta tem que continuar. Vamos arrumando o time e tentando somar pontos."
Os jogadores, mais animados do que no período Paulo Campos, estão fechados com o técnico e prometem colocar o coração no bico da chuteira para dar a volta por cima no estadual. "Ainda temos chances de classificar. Umas quatro acho que dá pra vencer. Daí é torcer para combinação de resultados, como, por exemplo, o Roma perder duas. Tem que acreditar", diz o goleiro Flávio, um dos líderes do grupo.
"É uma missão nada impossível. Não dá para jogar a toalha. O grande lance será matar esse jogo de quarta (amanhã). Se vencermos, o ânimo volta e a coisa anda", diz Edinho. Um dos jogadores mais dedicados à equipe – recusou uma proposta do Botafogo para não abandonar o barco -, ele não dormiu na noite de domingo para segunda. "Uma derrota sempre mexe com a gente. Foi complicado porque o time estava muito desfalcado. Mas agora é bola pra frente. Com o novo comando e nova motivação, vamos virar a mesa enquanto ainda é tempo."
O volante Messias, um dos jogadores que mais se incomodou com as críticas do então técnico Paulo Campos, afirma que agora, com o clima mais leve, a tendência é que o time se recupere. "Saímos da turbulência a tempo de buscar a classificação. É uma missão ainda possível."
Time
Para começar a grande virada, o técnico Lori Sandri terá apenas mais um dia para montar uma equipe mais competitiva do que a que enfrentou o Roma. Ao menos, ele poderá contar com o retorno de jogadores importantes, como os volantes Beto e Goiano, que cumpriram suspensão, e do atacante Renaldo, que se recupera de uma lesão na panturrilha. Já Flávio foi novamente vetado pelo departamento médico e será novamente substituído por Darci.
Lori só fala em reforços depois de ?limpar a área?
?O Paraná vai ter que melhorar muito em relação ao que foi visto contra o Roma.? Com a declaração, o técnico Lori Sandri fez um resumo da primeira impressão que teve do time. Ele não gostou do que viu.
?Um time de futebol começa com toque de bola e o Paraná não conseguiu dar três seguidos. Isso terá de ser consertado?, avisou. Mas ele sabe que apenas trabalho não basta. Ele confirmou que o clube deve contratar reforços, mas que nada será feito às pressas, apesar do campeonato estar em andamento. ?Primeiro temos que fazer uma seleção dos jogadores à disposição no clube. São muitos. Depois que limparmos a área, trabalharei com indicação de jogadores.? Ciente das limitações financeiras do clube, Lori sabe que não terá jogadores de grande expressão, mas está otimista quanto ao trabalho que pode fazer. ?Essa coisa de dinheiro é um pouco relativa. O Real Marid tem muito dinheiro, conta com grandes astros e mesmo assim não conquista títulos desde 2003. O futebol não se faz só de craques, mas de trabalho e força de vontade.? Por isso, a cobrança de Lori Sandri é mais direcionada ao empenho e dedicação.
Com a vinda de Lori, treinador do escritório do empresário Juan Figer, a diretoria ganhou no uruguaio um aliado. Tão logo Lori defina as prioridades de contratação, é muito provável que os reforços venham da nova parceria.