Negreiros foi poupado nos |
Até ontem, as atenções do Coritiba estavam nos bastidores. Quem fica? Quem sai? Os reforços vêm ou não vêm? E o "presente"? Apenas agora o técnico Antônio Lopes tem tranqüilidade e tempo para mostrar a ?cara? alviverde para o início do campeonato paranaense.
E, como era de se esperar, o Delegado manteve o bem-sucedido 3-5-2 do final do brasileiro, agilizando o entrosamento do time. E teve boas surpresas.
A preocupação do técnico (e também da torcida) era o comportamento ofensivo, pois o ataque foi o calcanhar-de-aquiles do Cori na temporada passada. E as peças de frente nunca atuaram juntas. À falta de entrosamento somava-se a dúvida, já que Negreiros ficou de fora do coletivo com bolhas nos pés – e, azarado, na corrida em volta do gramado do Pinheirão pisou em um buraco e cortou o pé.
Mas o rendimento foi bom, pela avaliação de Antônio Lopes. "Nós já conseguimos construir boas jogadas e mudamos um pouco a característica da equipe", conta o treinador. Explicando: com Marciano e Marcelo (que entrou no segundo tempo, no lugar de Luiz Carlos), o Coxa fica mais ágil na frente, e com maior poder de fogo. "Na hora em que os dois se entrosarem, vamos ter uma dupla de ótimas condições", elogia o Delegado. Ainda se recuperando de uma gripe, Marciano vem sendo o destaque dos treinos. "Estou me adaptando bem, a turma é ótima, e isso se reflete no campo", explica.
Já que os atacantes são velozes, a transição ofensiva do Coritiba precisa de lançadores. E os incumbidos de fazer este trabalho são Capixaba e Marquinhos – mais este último, que assume a condição de "cérebro" do time. "Nós ganhamos muito com esta formação mais agressiva", resume Lopes, que já testara o time com apenas um volante nos últimos jogos de 2004.
Lopes trabalha os atacantes com mais afinco pelo fato de contar com uma zaga estabilizada. Os seis titulares do setor (contando com os alas) faziam parte da terceira melhor defesa do brasileiro do ano passado. "Ali eu não preciso fazer alterações de sistema. Podemos mexer nas peças, mas o grupo sabe o que pretendo", justifica o Delegado, que colocou Alexandre como o novo zagueiro.
E é por isso a manutenção do 3-5-2. "Fazendo isto, eu acelero a preparação tática da equipe, posso atacar mais diretamente as situações que nos atrapalharam no ano passado e com isso iniciaremos o paranaense mais prontos que nos campeonatos de 2004", comenta Antônio Lopes. Com isso, o Coritiba deste início de temporada forma com Fernando; Miranda, Flávio e Alexandre; Jucemar (James), Roberto Brum, Capixaba, Marquinhos e Ricardinho; Marciano e Marcelo.
Adriano não fica nem no banco
Os torcedores do Coritiba podem estranhar, podem até reclamar, mas não adianta: Adriano está fora dos planos de Antônio Lopes para a temporada. Por mais que o jogador seja uma das referências técnicas da equipe, o treinador coxa sabe que o jogador não está com o pensamento completamente voltado para o Campeonato Paranaense, e que seu desejo agora é ir para a Europa. Por isso, Ricardinho será o titular e Adriano não ficará nem no banco.
Lopes justifica com clareza seu pensamento. "Não posso usar o jogador porque ele está pensando no futebol europeu, o que é muito justo. O Adriano está esperando uma negociação, e não será interessante eu colocá-lo para jogar. Melhor colocar alguém que está totalmente envolvido com o nosso trabalho", comenta o Delegado, que vem deixando o lateral entre os reservas.
E não se sente irritação de Adriano por ter sido sumariamente sacado do time. Ele aceitou a condição de reserva, e treina normalmente. "Claro que eu gostaria de contar com ele, mas seria ruim para todo mundo. O destino do Adriano está encaminhado para fora do Coritiba", resume Antônio Lopes.