Lopes enrola na definição da escalação do Coritiba

“Primeiro, tenho que esperar o Jucemar e o Adriano. Se eles jogarem, tudo bem. Se o Adriano ficar fora, o Ricardo entra naturalmente. Posso começar com o Capixaba mais à frente ou colocá-lo na posição de origem. Se eu fizer isso, pode ser que eu comece com três atacantes. O André tem as mesmas características do Tuta, pode ser uma boa opção. Ele pode jogar com o Ari, se bem que naquela posição tem o Alemão. Mas eu também posso jogar com os três, e…”.

Esta confusa declaração é do técnico Antônio Lopes. É assim que ele fala sobre o time, isso sem contar as citações sobre Pepo e Reginaldo Vital, feitas após a coletiva concedida ontem, no CT da Graciosa. É o processo de ?embaralhamento? das cartas para tentar surpreender Levir Culpi, e por conseqüência o Atlético no clássico de amanhã, às 16h, no Couto Pereira. A intenção é esconder o jogo, mesmo que não haja muito a esconder.

E esta situação é escancarada em uma frase do treinador. “Não vamos fugir da nossa forma normal de jogar”, resume. Na verdade, Lopes tenta criar expectativas para confundir o Atlético. Até porque justamente os dois jogadores que não entraram no seu rol primordial de opções são os favoritos na disputa pela vaga no meio-de-campo.

Pepo sai na frente, pela capacidade de marcação e pela possibilidade de fazer uma função específica – no caso, acompanhar um dos destaques atleticanos (Jádson ou Dagoberto). “Ele jogou muito bem contra o Internacional”, elogia Lopes. Já Vital seria a opção mais ofensiva, pois o técnico pensa nele como um armador. Mas a preocupação maior do técnico está nas duas laterais. Jucemar e Adriano estão entregues ao departamento médico, e só se terá uma posição definitiva amanhã. A definição do time? Só momentos antes da partida, segundo Antônio Lopes. “Tenho que esperar o Jucemar e o Adriano. Se eles jogarem, tudo bem. Se o Adriano ficar fora, o Ricardo entra…”.

Coritiba tenta manter seqüencia invicta

O Coritiba tenta encarar o Atlético como se nada tivesse acontecido durante a semana. O elenco tenta esquecer a má atuação e a derrota para o São Caetano, na estréia da Copa Sul-Americana, até porque nem há tempo para lamentações. Invicto há sete rodadas no Brasileiro, o Coxa sabe que o Atletiba é decisivo para a subida do time na competição.

Não houve, depois da derrota para o Azulão, reclamações ou explicações. “A gente perdeu uma partida que não poderia perder. E isso aconteceu por falhas nossas. Não merecíamos ter vencido”, resume o técnico Antônio Lopes. “Nós repetimos os erros dos outros jogos em casa e acabamos perdendo a partida”, completa o goleiro Fernando.

E que erros seriam esses? “Nós ficamos preocupados em fazer o resultado rapidamente e nos esquecemos de marcar”, afirma o volante Juninho. “Não é o caso de ficar abrindo o jogo para vocês, mas nós tivemos falhas, principalmente no primeiro gol”, diz Lopes – lembrando a bobeada generalizada da defesa, desde a falta desnecessária até o erro de Fernando na bola chutada por Anderson Lima.

Só que o Delegado garante que o Coxa já esqueceu a Sul-Americana. “Eu conversei com os atletas logo depois do jogo e disse a eles que nosso assunto a partir de agora é o Atlético”, comenta. “Agora temos que esquecer o São Caetano. O nosso confronto é o de domingo, e uma vitória será decisiva para mantermos a boa fase”, diz o zagueiro Miranda.

Ainda mais quando se olha a classificação. O Coritiba, décimo colocado, está sete pontos atrás do Atlético, que é o terceiro. Vencer o rival significa não só manter um tabu de cinco anos no Couto Pereira ou aumentar a vantagem no cômputo geral de confrontos. Vale a aproximação real aos líderes do Brasileiro. “É uma partida muito importante, por tudo que está envolvido”, admite o volante Reginaldo Vital.

E todos sabem da dificuldade que o jogo traz. “O Atlético não está entre os melhores à toa. Tem uma ótima equipe, é bem comandada pelo Levir, e tem oito jogos de invencibilidade. Nós temos sete, e isso mostra a importância do jogo e a qualidade que teremos em campo”, avalia Antônio Lopes.

Estréia

“Eu acho que a ótima partida do Vital é o que podemos tirar de positivo do jogo.” A frase do técnico Antônio Lopes resume a animação dele com a primeira partida do volante em oito meses. “Eu estava fora de jogo há muito tempo, e eu senti isso. Mas estou contente, porque estava esperando esse retorno”, comenta o jogador.

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