A cada jogo que passa, mais Antônio Lopes se esconde em seus segredos. E a cada dia que passa ele aperfeiçoa mais seu mistério.
E esta ‘evolução’ que tem nos próprios métodos ele espera ver na equipe que enfrenta amanhã o Francisco Beltrão, às 19h, no Pinheirão, no jogo único das quartas-de-final do campeonato paranaense. O time? É melhor nem perguntar para ele.
Contando com todos os jogadores, Lopes prefere deixar a definição para momentos antes da partida. "Nós vamos precisar de todo mundo em uma partida importante como esta", comenta o Delegado, que poupou quatro titulares do treino de ontem pela manhã – Rafinha, Reginaldo Nascimento, Rubens Júnior, Rodrigo Batatinha. "Eles estão cansados", resume.
Este desgaste é uma das preocupações do treinador alviverde e de sua comissão técnica. Agora, fixando-se em Curitiba, os jogadores finalmente terão mais períodos de descanso. Mesmo agora, às vésperas da fase final do paranaense, achou-se melhor treinar menos e folgar mais: ontem só houve o treino pela manhã, e hoje a última movimentação, marcada para as 9h, no CT da Graciosa, será bastante leve.
A intenção de Lopes é recuperar todo mundo para mais uma seqüência de jogos -caso passe pelo Beltrão, o Cori joga as semifinais do paranaense na quarta e no domingo, e depois pode encarar a final do campeonato e as partidas contra o Treze pela Copa do Brasil, sucessivamente. "É o preço que a gente paga por ter boas campanhas", admite o capitão Reginaldo Nascimento. E por estar nesse momento, é melhor descansar a turma agora, porque depois será a hora do sacrifício.
E nesta série – que terá início amanhã -, Lopes vai exigir muito de todos os titulares. E para conseguir a vaga, o Delegado vai colocar, apesar de não confirmar, quase a mesma equipe que venceu o Náutico na última partida do Cori na Copa do Brasil. Só não será igual porque Nunes ganhou a vaga no ataque, para fazer dupla com Marciano. De resto, as mesmas soluções táticas: Reginaldo Nascimento na zaga, Márcio Egídio como volante e Rodrigo Batatinha na armação.
Para ficar certo desta formação, só falta o "OK" do treinador coxa. "Não vou falar qual é a equipe. Eu já tenho o time escalado, mas não vou falar para vocês. Não vou ficar dando sopa para os adversários", atira Antônio Lopes. Mesmo não confirmando, o Coritiba enfrentará o Beltrão com Fernando; Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Rubens Júnior; Márcio Egídio, Luís Carlos Capixaba, Marquinhos e Rodrigo Batatinha; Marciano e Nunes.
Fernando pode levar avestruz para casa
"Frango – Nome popular dado ao gol feito em conseqüência da inabilidade ou erro do goleiro; gol que seria facilmente defendido se o goleiro agisse com habilidade." Esta definição está presente no "Dicionário Popular de Futebol" (ed. Nova Fronteira), do professor Leonam de Azeredo Penna.
O que o goleiro menos quer na vida é levar um "frango". É um lance que marca o jogador, por mais que ele faça defesas que pareçam impossíveis durante as partidas. Júnior, que pertence ao Coritiba, viveu um momento terrível atuando pelo Engenheiro Beltrão, na quarta – após ajudar sua equipe a segurar o 1×1 com o União Bandeirante, que mantinha sua equipe na primeira divisão, ele tomou um inacreditável frango, e o Engenheiro caiu.
E o que o frango tem a ver com o Coritiba? Na verdade, as aves agora entraram no campeonato paranaense, já que um dos prêmios para o goleiro menos vazado da competição será um casal de avestruzes. E, até o momento, o alviverde Fernando está mantendo sua média e a liderança entre os arqueiros do estado. Além dos bichos, o goleiro receberá cinco mil reais e um prêmio da Paraná Esporte.
Para Fernando, não é novidade ser o menos vazado do paranaense. Esta é uma posição ‘dele’ desde que chegou ao Coritiba, em 2002. De lá para cá, ele sofreu apenas 36 gols em quatro campeonatos (contando os sofridos até agora em 2005). Uma média espetacular, que tem a colaboração da defesa coxa, que também é a menos vazada do Paraná.
Além disso, o goleiro alviverde está se firmando como ‘pegador’ de pênaltis. Só neste estadual ele defendeu três – contra Adap, Roma e Rio Branco (se bem que neste lance Ratinho pegou a sobra e marcou). "Isto é fruto de um trabalho. Estou muito feliz pelo momento que estou vivendo", festeja Fernando, o arqueiro mais próximo de um avestruz no futebol paranaense.