Amistoso

Longe da Granja Comary, seleção testa sua popularidade

Depois de passar uma semana no refúgio da Granja Comary, praticamente isolada da torcida, a seleção começa a partir deste domingo seu teste de popularidade pelas ruas do País. A delegação desce a serra de Teresópolis para o Rio no fim da tarde a fim de pegar voo fretado para Goiânia, onde o Brasil fará na terça amistoso com o Panamá.

Os jogadores sentirão pela primeira vez o termômetro das ruas. Todos acreditam que o calor demonstrado pelo torcedor na Copa das Confederações vai se repetir assim que o elenco colocar os pés fora da Granja. Nesta semana de preparação, os poucos condôminos da Comary que conseguiram se aproximar dos jogadores, pediram autógrafos e fizeram seus selfies. Foi esse o rápido contato dos atletas com os torcedores.

Na chegada, o clima foi tenso no Rio e Teresópolis, com manifestações populares cercando o ônibus da seleção. Adesivos clamando pelas reivindicações e convocando categorias profissionais para uma paralisação foram colados no veículo. A presidente Dilma Rousseff havia prometido segurança máxima a todas as seleções da Copa, sobretudo a brasileira. Houve falhas. Na entrada em Teresópolis, sempre escoltada por homens da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Polícia Militar, o comboio ouviu nas ruas uma mistura de aplausos e desdém.

Em Goiânia, a tensão é grande por causa de greves. Uma paralisação geral é organizada para o dia do jogo. O teste será de fogo para os meninos de Felipão. O Serra Dourada também será palco do único treino do Brasil com portões abertos. Cerca de 20 mil pessoas poderão acompanhar o trabalho de Felipão e ver Neymar, Fred, David Luiz de perto. Em Teresópolis, a CBF vai organizar visitas reduzidas de alguns moradores da cidade a partir da próxima semana. Cerca de 30 crianças órfãos da tragédia de 2011, quando as chuvas destruíram parte da cidade, serão beneficiadas.

Da Granja para o Rio, o esquema de segurança será reforçado por soldados do 32º Batalhão de Teresópolis, Polícia Rodoviária e Federal, além dos seguranças da CBF. Os jogadores chegarão ao Aeroporto Tom Jobim, no Galeão, escoltados. Felipão não escondeu a seleção do povo na Copa das Confederações. Deverá repetir esse expediente, desde que sinta segurança e empatia das ruas com seu time, como acredita. “Essas manifestações e protestos não respingam na seleção. O povo está com a gente, quer ver o Brasil jogar.”

Em Goiânia, a polícia promete esquema de guerra para proteger o time. O major Clauber Freitas Andrade, responsável pelo policiamento nos estádios, participou de reunião na sede da prefeitura para definir a operação. A promessa é estar com a seleção o tempo todo. No dia do jogo, 800 homens farão as honras. Todo o trajeto que a seleção percorrer será resguardado por policiais militares. “Vamos fazer um trabalho intenso para garantir a segurança da seleção. Sabemos que haverá manifestações”, disse o major.

Os jogadores viveram isso há um ano, quando os protestos explodiram no Brasil – as manifestações passaram longe do time, e o que se viu foi o País num grito só pelas vitórias da seleção.