O esporte amador de Londrina não está num dos seus melhores anos. Depois de ficar fora dos Jogos Abertos do Paraná, competição que no próximo ano vai comemorar 50 anos de existência e que foi criada por londrinenses, o esporte local vem colecionando uma série de más notícias.
Modalidades como basquete, vôlei, handebol já estão sentindo na pele a ausência do reforço financeiro que vinha com a participação londrinense nos JAPs, por causa do reforço financeiro repassada pela Fundação de Esportes de Londrina.
Agora, a nova vítima é o futsal adulto masculino, que já chegou até a disputar a Liga Nacional, mas que nos últimos anos tinha apenas representação na chave Prata estadual e que este ano poderia ter dois times nesta divisão. Mas não terá representante algum.
O primeiro a desativar o time foi o Colégio Londrinense, que foi até a segunda fase no ano passado. Agora é a vez do Grêmio Literário e Recreativo Londrinense, vice-campeão da chave bronze em 2005 e que tinha vaga garantida na Prata para este ano. Com a confirmação da desistência, a Federação Paranaense de Futsal deverá indicar uma outra equipe para o lugar vago.
Segundo Nelson Zaminelli, coordenador de esportes do Grêmio Londrinense, a intenção inicial era disputar o Paranaense da Prata que começa na primeira quinzena de março. Porém estes planos foram modificados, com a decisão de Londrina em sair dos Jogos Abertos. Acontece que na contrapartida dos fundos recebidos da Fundação de Esportes de Londrina, o Grêmio representaria o município nesta competição oficial organizada pela Paraná Esporte. A segunda opção do Grêmio seria disputar o Paranaense por Cambé, mas devido aos custos da equipe no Estadual, o projeto acabou não dando certo. Com isso, Londrina não terá time na Prata. Para Nelson, os contatos com jogadores já estavam sendo feitos, mas dependiam de um respaldo financeiro. O dirigente argumenta no entanto, que o investimento mensal para levar o time ao quadrangular final da Prata seria em média de R$20 mil. Mas a equipe só conseguiu apoios suficientes para gastar apenas R$ 7 mil e um patrocinador local.
Nelson aponta que para a formação de uma equipe, os gastos são inúmeros, indo da comissão técnica até os jogadores, mais despesas com infra-estrutura e de participação. Como Londrina está fora do calendário nacional, os jogadores que começaram a praticar a modalidade em equipes londrinenses mas tiveram que partir para outras cidades. Nelson destaca que hoje, para ter uma equipe disputando um Paranaense, não depende apenas de um jogo de camisa e uma verba para viajar, mas sim de toda uma estrutura que dê tranqüilidade aos jogadores. Apesar da decepção com a equipe adulta, Nelson disse que o Grêmio vai participar de todas as categorias de base da Federação, do fraldinhas ao juvenil.
Para isso, o clube mantém um departamento atuante na modalidade, com treinadores formados em todas as categorias e com experiência na modalidade. A equipe deverá ceder jogadores para representar Londrina na fase final dos Jogos da Juventude do Paraná, que este ano será em Pato Branco.
Nelson lamentou a dependência do esporte local, não apenas o futsal, às verbas públicas, devido à ausência de uma maior participação da iniciativa privada. Nelson frisou que em décadas passadas, o futsal londrinense, em especial, teve destaque até nacional, devido à participação de empresas privadas, tanto industriais como bancárias. "E hoje fica restrito à verba da Fundação ou de um outro patrocinador". Além da decepção de ter de ficar fora da Chave Prata, vaga que foi conquistada com muito sacrifício em quadra, Nelson frisa que hão só o esporte de Londrina, mas também o regional acaba perdendo a sua representatividade. Para este ano, apenas Ibiporã estará disputando a chave Prata.