Não é só a torcida do Atlético que está insatisfeita com o atual momento do time. A baixa média de público nos jogos do Furacão está incomodando também os lojistas do Estádio Joaquim Américo, a Arena da Baixada. Segundo alguns deles, o movimento está tão fraco que algumas partidas chegam a dar prejuízo aos bares e lanchonetes do estádio.
A reportagem da Tribuna conversou com lojistas no jogo da última quarta-feira – Atlético 2 x 2 Cruzeiro. E ouviu deles as mesmas queixas que vêm sendo repetidas pelos torcedores: o time atual, que é fraco, e o ingresso caro estão afastando os atleticanos da Baixada.
Segundo Ricardo Amaral, do Espetinho do Amaral, esses fatores estão fazendo deste ano o pior para as lojas da Arena. ?Estou aqui há oito anos e este tem sido o de menor movimento. Inclusive tivemos alguns jogos do Brasileirão que foram inferiores até aos do Paranaense?, afirma.
Os motivos são aqueles exaustivamente apontados pelo torcedor em geral. ?São dois principais fatores. O primeiro é o preço do ingresso. Em seguida, a qualidade do time, que anda muito baixa?, diz Amaral. Para assistir a uma partida na Baixada, o torcedor comum paga no mínimo R$ 30. Menores de 14 anos, idosos e estudantes pagam meio-ingresso.
Jair Gnoatto, da Lanchonete Laricão, também aponta o valor do ingresso como vilão da baixa média de público.
?A principal causa é o preço do ingresso. Há muita reclamação dos torcedores, que acham que o preço é excessivo. Tanto que este ano os melhores jogos foram os da Copa do Brasil, quando teve promoção?, avalia.
Má fase e setorização
Outros, como o proprietário da lanchonete Boi nos Ares, acreditam que a má fase da equipe é que afasta a torcida. ?O preço atrapalha quando o time está mal. Se estivesse bem, não afastaria o público?, opina Arion.
A atual setorização do estádio também prejudicou alguns lojistas. ?Onde concentra mais público, como na reta da Getúlio Vargas, tem um movimento maior, pois têm mais lugares reservados para sócios. Já o setor dos gols tem poucos sócios e também poucos torcedores. Antes, as curvas estavam sempre cheias. Agora, com o mesmo preço da reta, estão totalmente vazias?, revela Gnoatto, cuja loja fica no setor inferior da Madre Maria.
Prejuízo
A queda no movimento está fazendo com que os comerciantes trabalhem com um faturamento reduzido. ?Todos estão descontentes, porque não estão tendo receita.
A gente vem trabalhar e tem um faturamento líquido de R$ 100 ou R$ 200 por jogo?, calcula Rodrigo Dalberto, da Pastelândia.
Para outros, a situação é pior ainda. ?Este ano, no acumulado, meu prejuízo é superior a R$ 2 mil. Com este movimento não dá para pagar o aluguel. No jogo passado, eu vendi R$ 400. Só de aluguel, pago R$ 227. Estamos pagando para trabalhar aqui?, conclui Gnoatto.