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Bernard corta contra o seu companheiro de seleção, Amauri.

No momento em que os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 desviam para a China todos os olhares do mundo esportivo e dos negócios, José Estevão Cocco, diretor-presidente da J. Cocco Sport Marketing, propõe uma viagem às verdadeiras origens do marketing esportivo brasileiro. O roteiro começa nos Jogos Olímpicos de Moscou 1980, na ex-União Soviética, em plena Guerra Fria , com a seleção masculina de voleibol dando seus primeiros saltos rumo ao profissionalismo.

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João Granjeiro, Xandó, Badalhoca, Montanaro, Moreno, Renan, William, Amauri, Bernardinho, Suíço, Deraldo Wanderley e Bernard davam início a uma jornada que hoje nos dá a quase certeza de ouro em Pequim.

Bernard (agachado), com Suíço
e Léo em 1983, na equipe do Bradesco-Atlântica.

A geração que batia seus últimos saques numa Olimpíada, lado a lado com as novas pratas da casa, conquistou, em Moscou, um honroso 5.º lugar, melhor classificação do Brasil até então. As vitórias sobre a Líbia, Tchecoslováquia, Iugoslávia e, principalmente, sobre a Polônia, os então campeões olímpicos, encheram os olhos do banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, que perguntou a Carlos Arthur Nuzman, à época presidente da Confederação Brasileira de Voleibol – CBV e hoje presidente do Comitê Olímpico Brasileiro – COB, o que era preciso para o voleibol brasileiro conquistar uma medalha. Nuzman não teve dúvidas, disse ao Braguiha que era preciso que ele patrocinasse um time de voleibol.

?O Braguinha aceitou o desafio e montou o Atlântica Boavista, mas passou ao Nuzman a missão de conseguir a liberação de patrocínios em camisas de times junto ao Conselho Nacional de Desportos (CND), coisa que conseguiu quebrando protocolos e vencendo caras feias de todos os lados?, conta José Cocco. Por sua vez, o Clube Atlético Pirelli também investiu alto no voleibol de alta performance e ?criou-se uma rivalidade sadia que foi muito importante para alavancar o nosso voleibol?, destaca Nuzman.

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?Marketing esportivo impulsionou o esporte?

Divulgação
José Estevão Cocco.

O presidente do COB, Carlos Alberto Nuzman, deu um depoimento para o livro Vôlei Brasil: história dos vencedores sob o foco do marketing esportivo, que está sendo escrito por José Cocco. De 1981 a 84, ao lado de Luciano do Valle e José Francisco Coelho Leal, o Quico, Cocco fez parte da equipe que apostou no vôlei, que até então não tinha conquistado praticamente nada, trabalhando para que a modalidade viesse a se tornar o segundo esporte mais popular no Brasil. ?Eles acreditaram no meu sonho e no meu projeto e tornaram possível o voleibol vencedor de hoje?, afirma Nuzman, que atualmente luta para trazer os Jogos Olímpicos para o Brasil.

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?O nosso desejo com este livro é o de mostrar, na prática, tudo que o marketing esportivo pode fazer para o crescimento de uma modalidade esportiva. O objetivo é passar a receita de como foi feito o marketing do vôlei para a modalidade se tornar o segundo esporte do País em apenas três ou quatro anos ?, ressalta José Cocco. Por meio dos testemunhos de dirigentes, técnicos, ex-atletas, empresários, patrocinadores e demais pessoas que enfrentaram e venceram todas as dificuldades próprias do pioneirismo, o livro pretende mostrar a trajetória vitoriosa do nosso vôlei impulsionado por um marketing esportivo igualmente vencedor.