O técnico Paulo Campos e seus jogadores:
time pronto para uma boa exibião à noite.

Houve um momento em que Paraná Clube e São Caetano chegaram a estar lado a lado como clubes “emergentes” do futebol brasileiro. Os paulistas conseguiram aproveitar o momento e, tendo uma estrutura econômica mais equilibrada, cresceram e passaram a disputar títulos a cada temporada.

Processo inverso viveu o Tricolor, a cada ano convivendo com o medo do rebaixamento, até mesmo na competição paranaense, como nos dois últimos anos. Em nada lembra o clube que despachou o Azulão e garantiu o título do módulo amarelo da Copa João Havelange, há quatro anos.

São Caetano e Paraná voltam a se encontrar hoje – às 20h30, no Anacleto Campanella – em jogo adiado da 39.ª rodada do Brasileirão, devido ao falecimento do zagueiro Serginho, do Azulão. As trajetórias distintas das equipes nas últimas temporadas também definem o perfil deste novo duelo. Se vencer, o clube paulista sobe para a quarta colocação e entra na briga não apenas por vaga na Copa Libertadores, mas também pelo título. Ao Paraná resta a missão de melhorar sua colocação e abrir vantagem sobre outros clubes que apenas lutam contra o descenso.

Resta aos paranaenses o consolo de que pela primeira vez, depois de muito tempo, o Tricolor não entra em campo sob a pressão de precisar da vitória para escapar da zona do rebaixamento. “Que iríamos sair daquela área incômoda, não tinha dúvida. Só que agora começa a segunda etapa, muito mais difícil, que é fazer com que nos mantenhamos em uma posição segura”, afirmou o técnico Paulo Campos. A rigor, o Paraná entra em campo, hoje, como franco-atirador. O adversário tem total favoritismo e qualquer ponto conquistado será de muita valia ao término do Brasileirão.

Com um empate, por exemplo, o Paraná ganha hoje duas posições na classificação geral. Se vencer, salta para o 16.º lugar, colocação que não atinge há exatos quatro meses. Seria uma posição muito parecida com a que o Tricolor ocupava antes da saída de Paulo Campos. O treinador -que comandou o clube nas onze rodadas iniciais do brasileiro – deixou a equipe na 17.ª colocação. Quando retornou, após dezesseis rodadas, recebeu o Paraná na última posição e com perspectivas pouco animadoras. “Sempre confiei nesse grupo e estamos conseguindo dar a volta por cima. Mas, o caminho ainda é longo e muito difícil”, avisou.

O treinador também revela ter um desafio particular nestas últimas rodadas. Levando-se em conta apenas as 13 rodadas realizadas desde o seu retorno, mesmo com um jogo a menos, o Paraná tem a sexta melhor campanha, com 58,3% de aproveitamento. Curiosamente, fica atrás tão-somente de Atlético Paranaense, Santos, São Paulo, Palmeiras e São Caetano, equipes que estão na ponta da tabela também na classificação geral. “É aproveitamento para estar na briga por vaga a Libertadores”, comentou, bem-humorado. Se computarmos todas as partidas sob o comando de Paulo Campos, o Tricolor estaria bem perto da Sul-americana, com rendimento de quase 50%.

Time definido só na última hora

“Tudo é possível!” Com esta frase, Paulo Campos respondeu a todas as indagações sobre a formação que pretende utilizar diante do São Caetano. O técnico preferiu deixar no ar várias dúvidas, “passando o bastão” para o departamento médico do clube. “Alguns jogadores estão voltando de lesão e serão reavaliados. Outros estão com dores musculares e por isso permanecerão em tratamento intensivo até a hora do jogo”, resumiu.

Por mais que Cristian e Etto tenham se queixado de cansaço muscular, é certo que os dois iniciam a partida. Além de Etto pela direita, o Tricolor terá também a volta do ala-esquerdo Edinho. Na zaga, João Paulo está confirmado na posição de Fernando Lombardi, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. A outra troca ocorre no meio-de-campo, com Messias substituindo a Axel, também suspenso.

A rigor, a única dúvida fica por conta do possível retorno de Canindé, após três jogos de ausência devido a uma entorse de tornozelo. No treino de ontem pela manhã, Paulo Campos fez com que todo o grupo trabalhasse e por isso cada equipe teve 13 jogadores. Além disso, fez várias mudanças no decorrer da atividade, chegando até a escalar Vicente, herói da vitória sobre o Grêmio, na meia-esquerda. “O time só será conhecido no vestiário, depois que a planilha do São Caetano estiver definida”, antecipou Campos.

“Tive que fazer uma salada de fruta neste treino, já que muitos jogadores estão ou com dores ou buscando um melhor condicionamento”, disse. Não antecipou sequer se pode recorrer a um esquema mais cauteloso, já que o empate não pode ser desprezado. “É uma opção”, disse, saindo pela tangente. Neste caso, Goiano poderia entrar no time. Porém, é quase certo que o perfil tático seja mantido, com o Tricolor tendo outra vez três meias de criação e apenas um centroavante.

CAMPEONATO BRASILEIRO
39ª RODADA – JOGO ADIADO
SÚMULA
Local: Anacleto Campanella (São Caetano do Sul).
Horário: 20h30.
Árbitro: Jamir Carlos Garcez (DF).
Assistentes: Marrubson Melo Freitas (DF) e Ênio Ferreira de Carvalho (DF).

SÃO CAETANO x PARANÁ CLUBE

SÃO CAETANO
Luís; Dininho, Marcos Aurélio e Gustavo; Ceará, Marcelo Mattos, Mineiro, Marcinho e Triguinho; Euller (Fernando Baiano) e Fabrício Carvalho. Técnico: Péricles Chamusca.

PARANÁ
Flávio; Etto, João Paulo, Émerson e Edinho; Beto, Messias, Cristian e Marcel; Canindé (Maranhão) e Galvão. Técnico: Paulo Campos.

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