A Rádio Transamérica precisou de um mandado judicial para transmitir a partida de domingo, na Baixada, entre Atlético e Rio Branco. Na sexta-feira, a emissora teve seu pedido de credenciamento negado pelo Atlético, que não apresentou qualquer justificativa para o veto.
Os integrantes da equipe da Transamérica acreditam que a medida foi uma represália ao comentarista Airton Cordeiro. Ele tentou também o credenciamento através do jornal Gazeta do Povo, onde é colunista, mas também teve o pedido negado. ?Não recebi explicação nenhuma. E nem existe qualquer motivo para isso?, lamentou Cordeiro.
Impedida de realizar seu trabalho, a rádio procurou a Justiça e obteve decisão favorável. Com uma liminar expedida pela juíza Nilce Regina Lima, a equipe da Transamérica chegou à Baixada acompanhada de um oficial de Justiça.
No despacho, a juíza considerou que a negativa de permitir o acesso da emissora ao estádio ?configura-se em ato abusivo, arbitrário e discriminatório, pois impede o exercício legal da profissão?. Caso o Atlético se recusasse a aceitar a decisão, estaria sujeito ao pagamento de uma multa de R$ 400 mil.
Apenas com o respaldo judicial a Transamérica pôde adentrar à Arena e fazer a transmissão da goleada atleticana – 5 a 0 – sobre o Rio Branco.
Caso não conseguisse a liminar, a emissora tinha um plano B para transmitir o jogo de domingo. Entre elas o uso de um guindaste, telefone celular e outras alternativas criativas guardadas a ?sete chaves? pela equipe esportiva da Transamérica.
Autoritarismo
Ontem foi a vez do Sindicato dos Jornalistas do PR se manifestar contra a medida do Atlético, que tentou barrar a Transamérica no jogo de domingo. Na nota, o sindicato contesta o autoritarismo exercido pelo clube. ?Se a direção do Atlético se sente atingida pelas críticas do comentarista esportivo da equipe, que exerça seu direito de resposta, a fim de rebater as críticas que considere injustas. Porém, ao tentar impedir o exercício da profissão de jornalista, o Atlético, uma instituição popular, está violando o direito à liberdade de imprensa e tentando silenciar as vozes discordantes, numa atitude que não se coaduna com a admiração que milhares de torcedores devotam ao clube?.