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‘Lima não tinha quase nada há 2 anos’, diz chefão olímpico das Américas sobre Pan

O chileno Neven Ilic assumiu a presidência da Panam Sports há dois anos e desde então se debruçou na organização dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, para colocar em prática o projeto que estava parado. Desde então, esteve em vários países no continente para promover a competição que será disputada entre 26 de julho e 11 de agosto.

Em sua visita ao Brasil, a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB), ele conversou com a reportagem Estado e revelou que há dois anos Lima “não tinha quase nada” preparado para o Pan. Confira a entrevista com o dirigente:

Você se tornou presidente da Panam Sports no meio do caminho para os Jogos de Lima. Qual era o tamanho do desafio naquele momento?

Assumi em 25 de abril de 2017 e a primeira coisa que fiz, pois era a maior preocupação de todos, foi ir a Lima para ver o que realmente estava acontecendo. Falavam muita coisa, mas queria ver de perto. A verdade é que não tinha quase nada, apenas um planejamento e uma equipe que estava disposta a trabalhar.

O que você decidiu fazer?

Era preciso decidir se iríamos correr o risco de começar a apenas dois anos dos Jogos. Eu sou da engenharia e o sentimento foi de que era possível fazer o planejamento traçado, se não cometêssemos erros. Deu tudo certo, a Vila dos Atletas está terminada, a maioria dos recintos também, e possuem grande qualidade.

Falta muito a ser feito?

Agora estamos trabalhando nos detalhes mais finos, e também importantes, como o transporte, a alimentação e os cuidados médicos para que tudo funcione bem. Estamos otimistas para finalizar tudo nesses três meses que faltam e fazer uma grande edição dos Jogos pan-americanos.

Como está a questão financeira do Pan?

Isso nunca foi um problema, pois se aprovou por lei em algum momento e não há risco. Existe um teto estabelecido e estamos controlando muito bem a questão dos recursos.

Você acha que o Pan de Lima será um sucesso?

Em muitas modalidades teremos os melhores atletas do mundo. São muitos esportes que classificam para a Olimpíada de Tóquio e obviamente eles vão garantir um grande espetáculo de alto nível esportivo e muita entrega por parte dos atletas.

Quais serão as grandes estrelas do torneio?

Sei que os Estados Unidos vão com a equipe A no hipismo, o Brasil também, Jamaica vai com time completo no atletismo. Os Estados Unidos devem levar cerca de 600 atletas para Lima e acho que será uma disputa muito bonita para o torcedor ver.

Usain Bolt esteve recentemente em Lima e recebeu o convite para voltar. É possível ele estar no Pan como uma atração fora das pistas?

Foi uma casualidade e nós o convidamos. Ele passou por lá por causa da sua patrocinadora, esteve na inauguração do estádio de atletismo, mas sabemos que a agenda dele é bem apertada. Vamos ver agora se ele retorna.

Os Jogos Pan-Americanos de 2023 serão em Santiago, em seu país. Mais um desafio?

Faz muito tempo que não paro. Acho que será uma organização que poderá fazer muito bem para o país. A ideia tem sido trabalhar bem de perto para ver como podemos ajudar. No Pan participam desde o país de maior poder econômico do mundo até nações bem pequenas. Estou visitando diversos países, inclusive o Brasil, que é um líder e queremos essa relação próxima com todas as nações.

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