Lima fez o gol que garantiu o título rubro-negro

Ficar na história do clube. O desejo de todos os jogadores do Atlético se tornou realidade ontem. Mas dentre a galeria dos heróis rubro-negros um nome se destaca. Ex-jogador do Coritiba, Lima chegou sob a desconfiança geral dos atleticanos. Algumas más atuações foram suficientes para que a torcida o hostilizasse e sua cabeça fosse colocada a prêmio.

A volta por cima começou a acontecer na semana passada. No jogo contra o América de Cali, quinta-feira, pela Copa Libertadores, o atacante entrou no segundo tempo e fez, no último minuto, o gol da vitória atleticana. O feito parece ter sido suficiente para mudar sua imagem junto à passional torcida rubro-negra. No clássico de ontem, já no primeiro tempo sua entrada em campo era pedida pelas arquibancadas da Arena.

E Lima entrou na segunda etapa para se tornar um dos principais responsáveis pelo 21.º título estadual do Furacão. Aos 20 minutos, apenas seis após substituir Fernandinho, uma das estrelas da equipe, o ex-desafeto da torcida recebeu cruzamento de Maciel e, de cabeça, fez o passe para o gol de Dênis Marques.

O gol que Lima ajudou a construir levou o jogo para a prorrogação e, depois do empate no tempo extra, para os pênaltis. Graças aos erros dos batedores coxas-brancas, coube ao novo ídolo rubro-negro a cobrança que daria o título ao Furacão. Lima bateu forte, no canto direito. O goleiro Fernando caiu no canto certo, mas o esforço não foi suficiente para evitar a festa atleticana.

Consagrado, o atacante foi um dos mais festejados pelos torcedores que semanas antes pediam seu afastamento do clube. ?Não é uma resposta. É fruto do nosso trabalho. Lutamos muito para dar o título ao Atlético?, diz. ?Na hora da cobrança, passa muita coisa pela cabeça. Me criei no Coritiba, mas aquela era minha hora e eu queria muito fazer o gol?, disse à Tribuna.

E como um atleticano de coração, Lima comemorava bem ao gosto da galera rubro-negra. ?Foi ótimo ganhar o título contra o Coritiba. Não porque eu joguei lá, mas porque é nosso grande rival.? Além de tudo isso, ele acabou sendo um dos artilheiros da equipe, ao lado de Dênis Marques e Alan Bahia, todos com quatro gols.

Tensão, erros e a explosão de alegria dos rubro-negros

Parecia que a bola não queria entrar, o que aumentava a tensão na Kyocera Arena. Nenhuma torcida cantava vitória antecipada. O atacante Dênis Marques teve a oportunidade nos pés, chutou e acertou as duas traves, mas ela não entrou. Na segunda oportunidade clara, no entanto, ele estufou a rede do goleiro Fernando e colocou o Atlético no páreo para buscar seu 21.º título do Campeonato Paranaense. O Rubro-Negro levou a decisão para um empate na prorrogação e foi soberbo nos pênaltis: 4 a 2. Explosão na Arena com a quebra da hegemonia estadual do Coritiba.

As provocações de bastidores também entraram em campo e as duas equipes partiram para uma verdadeira guerra. Não demorou muito para que Miranda e Aloísio trocassem ?gentilezas? e fossem mandados para a rua com poucos minutos de jogo. Mesmo com a rigidez da arbitragem, os jogadores tomaram conta do jogo e fizeram o que quiseram. Saíram tapas, chutes e pisões para todos os lados, muitos deles com vistas grossas do árbitro. Por incrível que pareça, mesmo assim o jogo fluiu e quem foi ao estádio viu uma partida digna de final.

Quem quis mais o jogo, desde o início, foi o Furacão. O Coxa preferiu se defender e foi bem. Contou com a má pontaria dos atacantes adversários e com as ótimas defesas de Fernando. Aí, foi a vez do atacante Dênis Marques aparecer na partida. Primeiro, ele chutou um petardo, que bateu nas duas traves e não entrou. Na segunda, numa assistência primorosa de Lima, ele foi para as redes e deu um chega-pra-lá na má fase pessoal.

A partir daí, foi só coração, emoção e chutões. O Coritiba esboçou uma reação, mas parou em Diego. Duas vezes. Batata e Negreiros perderam a oportunidade do tri, de frente para o gol. O Atlético se encolheu, levou a decisão para a prorrogação.

Como todos estavam exaustos, a prorrogação foi apenas morna e os jogadores encaminharam tudo para as penalidades.

O primeiro a cobrar foi Capixaba. Apagado na partida, ao contrário do primeiro confronto, chutou a bola na arquibancada. Alan Bahia, Rafinha, Fabrício, Negreiros, Maciel fizeram a lição de casa. Aí, foi a vez de Nascimento chutar a bola na trave e deixar a taça nas mãos do atleticanos. Por ironia do destino, coube a Lima, revelado pelo Coritiba, fazer a quarta cobrança e a Arena explodir.

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