Liga Sul-Minas exige realização da Copa

E a confusão continua. Uma reunião entre os membros da Liga Sul-Minas realizada ontem à tarde, em Belo Horizonte, tirou da latência a briga em torno do calendário do futebol brasileiro, que teve início com a extinção das copas regionais pela CBF. No encontro de ontem, ficou decidido que a liga lutará juridicamente para o cumprimento do contrato com a Globo Esportes. “Há um contrato e temos que cumpri-lo”, resumiu o presidente da Liga Sul-Minas, Fernando Miranda.

A decisão de manter a competição no calendário de 2003 saiu após uma votação de 15 dos 16 clubes formadores da liga – o Paraná Clube não compareceu -, na qual Atlético Paranaense, Figueirense, Criciúma e Internacional votaram contra a disputa. Segundo o presidente rubro-negro Mário Celso Petraglia, a decisão foi tomada para evitar maiores conflitos. “Essa briga não vai levar a nada. O calendário está definido pela confederação e terá de ser cumprido”, disse o dirigente.

Já Homero Halila, do Coritiba, justificou o voto do Coritiba a favor da manutenção dos regionais pelo fato de o contrato da Sul-Minas ainda está em vigor. “Não somos a parte interessada na rescisão. Por isso, quem tem que definir a ruptura contratual é a Globo Esportes. Se nós não cumprirmos o contrato, poderemos ser obrigados a pagar a multa”, explicou o dirigente coxa-branca.

Trocando em miúdos, a Liga quer pressionar a Globo Esportes a buscar um acordo com os clubes, para oficializar a não-realização da Sul-Minas. Uma fonte da O Estado garantiu que Fernando Miranda tem procurado insistentemente o comando da Globo Esportes para tratar da rescisão, mas não tem obtido sucesso.

Moura só critica a rebeldia

O presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura, apoiou o posicionamento dos clubes em relação à vontade de esclarecer a situação do contrato da Coap Sul-Minas. Mas não acredita que, de fato, os clubes se recusem a disputar o Campeonato Paranaense. “Eles têm que resolver a situação e entrar em um acordo com a Globo Esportes para anular o contrato anterior. É um direito deles. Mas não acredito que se arrisquem ao ponto de não poder disputar as competições regulamentadas pela CBF, que rendem mais”, disse o dirigente.

Segundo Moura, o diretor da Globo Esportes, Júlio Mariz, garantiu a ele que os valores relacionados aos regionais e a Copa dos Campeões, disputada pelos campeões regionais, seriam repassados na cota anual proposta pelo patrocinador. “Não haverá perdas financeiras para os clubes. Pelo menos foi o que me foi garantido”.

Sobre a possibilidade de os clubes disputarem a Sul-Minas paralelamente ao estadual e à Copa do Brasil, o dirigente foi enfático. “Não há datas disponíveis. A CBF fechou o calendário sem os regionais, com dois jogos por semana. A não ser que as equipes se disponham a ter duas equipes, uma para cada competição”. No entanto, Moura termina seu posicionamento questionando sobre a validade do regional para o ano que vem. “Em 2002, os regionais credenciavam as equipes à Copa dos Campeões, que garantia cotas a mais. Agora, para o que vão ser servir?”

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