O jogo desta noite de quinta-feira na Arena Amazônia, entre Resende e Vasco, pela Copa do Brasil, vale principalmente como o primeiro evento-teste oficial do estádio para a Copa do Mundo. A expectativa em Manaus é grande e o presidente da federação de futebol do estado do Amazonas, Dissica Valério, lamenta apenas que o Vasco venha com um time reserva. “Se estivessem aqui os titulares, a arena seria pequena.”
Em entrevista à Agência Estado, nesta manhã de quinta, ele garantiu que 99% das obras da arena estão prontas. Previu também que após o Mundial o futebol amazonense vai passar a atrair bem mais público. “Vamos aos poucos voltar a encher os estádios. A Arena Amazônia não será um elefante branco”, acredita.
Agência Estado – O que o torcedor vai encontrar logo mais na Arena da Amazônia?
Dissica Valério – Um estádio de primeiro mundo, orgulho do povo amazonense. Está tudo quase pronto. Temos 99% das obras finalizadas, só faltam acabamentos. Para nós, será também um teste muito importante com relação à mobilidade, para avaliar isso. Vai ser num horário de rush. Em situação normal, o trânsito de Manaus já é caótico.
AE – Ficou cara a obra, com gastos em torno de R$ 700 milhões?
DV – Compare com os outros estádios da Copa. Não ficou caro, não. Só para colocar por terra o antigo estádio, o Vivaldão, foram precisos R$ 70 milhões.
AE – A Fifa reservou para a Arena Amazônia quatro jogos na primeira fase do Mundial. Ficou de bom tamanho para o Estado?
DV – Está bom, tem que atender as outras sedes.
AE – Qual o impacto da Copa do Mundo e da Arena Amazônia no futebol local?
DV – Vamos aos poucos voltar a encher os estádios, como fazia o Nacional nos anos 70, o Rio Negro nos anos 80. O povo daqui gosta de futebol, prova disso é que quase 40 mil pessoas compraram ingresso pra ver o time reserva do Vasco jogar contra o Resende, que ninguém conhece.
AE – Mas a média de público do Estadual, este ano, é de 1.037 pagantes por jogo…
DV – Já melhorou muito, vem aumentando bastante nos últimos anos (em 2013 foi de 928). O povo do Amazonas, e do Brasil como um todo, tem o futebol como uma droga, uma cachaça, um vício como o do cigarro. É isso mesmo, o futebol é como uma droga, que leva à briga, a discussões. E em vários casos com gente matando gente.
AE – A sede da Amazônia foi criticada ao longo dos últimos anos, considerada por muitos como inapropriada para a realização da Copa. Como o senhor avalia isso?
DV – É preconceito. O estádio é lindo, e tinha que ser mesmo. Eu fui prefeito de Eirunepé (a 1160 quilômetros de Manaus) e a primeira coisa que fiz lá foi uma escola bonita, grande, confortável, pra servir de referência. Manaus precisava dessa arena assim como está.
AE – A capacidade de público de 44 mil pessoas vai ser revista após o Mundial?
DV – Isso é com o governo do Estado. Não sei se vão privatizar, se vai continuar com administração própria. Mas a Arena Amazônia não será um elefante branco.