A presença na Copa Libertadores da América e o projeto do clube para o futuro seduziram Zetti.
A exemplo de seu antecessor – Caio Júnior, agora no Palmeiras – o novo técnico do Paraná Clube abandonou outros projetos para encarar o desafio de comandar o clube em sua primeira competição continental. Com a experiência de ter disputado três finais consecutivas do torneio, com dois títulos (como goleiro do São Paulo), Zetti chegou para ser a ?cara? do Tricolor na temporada 2007.
?Venho para ajudar. Nos últimos dias procurei me familiarizar com o clube, com os planos da diretoria e por isso aceitei o convite?, disse o treinador, que chegou a recusar uma sondagem do Coritiba. Fora do circuito ao longo de todo o ano, Zetti aproveitou para se dedicar aos estudos. Estava cursando Tecnologia em Gestão do Esporte na faculdade de São Marcos e atuando apenas como comentarista de rádio (CBN) e tevê (Rede Vida). Foi também convidado da Globo na Copa do Mundo e viu de perto o Mundial da Alemanha.
?Eu diria que foi uma temporada de aprendizado. Me desliguei do lado atleta e estou melhor preparado para encarar a profissão de treinador?, disse Zetti, na Pousada Dona Siroba, em Morretes, onde foi feita a apresentação do técnico à imprensa. ?Só assumi a condição de treinador há cinco anos. E é uma profissão que exige muito. Mais do que a vida de atleta. Você tem que planejar um time, liderar um grupo. Você dorme futebol e acorda comandando coletivo?, disse o novo comandante paranista.
Como jogador, Zetti trabalhou com grandes técnicos do futebol brasileiro. Do mestre Telê Santana aos polêmicos Vanderlei Luxemburgo e Émerson Leão. Garante que não tem um modelo a seguir. ?Procurei assimilar o que cada um tem de bom e aplicar na minha linha de trabalho, na minha filosofia técnica e tática. Primo pela transparência?, disse Armelino Donizetti Quagliato, que em janeiro completa 42 anos. O técnico também não tem um estilo de jogo defindo. ?Isso é relativo. Gosto que o time seja versátil, capaz de atuar com três ou dois zagueiros com a mesma eficiência.?
O Paraná é o sétimo clube na carreira do treinador. E Zetti já tem dois momentos de grande destaque, ambos em 2004, quando levou o Paulista de Jundiaí ao vice-campeonato paulista (perdendo a final para o São Caetano de Muricy Ramalho) e conduziu o Fortaleza à primeira divisão nacional. Nesta nova etapa, Zetti quer recolocar seu nome no mercado, como um dos treinadores emergentes do futebol brasileiro. ?O Paraná é um clube novo, mas vencedor. E isso me seduz: o desejo de conquista. Você pode ter um time jovem, mas com qualidade e ambição?, finalizou o técnico.
Silas é o braço-direito
Zetti não vem só. Como Caio Júnior levou para o Palmeiras seu auxiliar-técnico Júlio César de Camargo, o Paraná Clube também contratou um ?braço-direito? para seu novo comandante: Silas. O ex-meia do São Paulo atuará ao lado do treinador na preparação do elenco que estréia no Paranaense no dia 14 de janeiro. A competição será o único ?laboratório? do clube para a disputa da primeira fase da Libertadores, que começa no dia 31 de janeiro. O adversário do Tricolor nesta fase eliminatória (em jogos de ida e volta) será conhecido no próximo dia 20.
?Sentimos a necessidade de fortalecer a comissão técnica. Teremos um calendário repleto?, justificou o vice de futebol José Domingos. Nas últimas temporadas, o clube vinha priorizando os ?pratas-da-casa? na montagem das comissões técnicas. ?Essa filosofia permanece?, assegurou o dirigente. ?Só estamos encorpando este setor, diante da necessidade.? Além de um auxiliar-técnico, Zetti também está trazendo o preparador físico Fernando Moreno, com quem trabalhou no Paulista e no Fortaleza.
?Acho que foi uma decisão inteligente da diretoria?, comentou Zetti. ?É legal você chegar a um novo clube, mas acompanhado de pessoas com quem você se entende num simples olhar. Além disso, são profissionais que já viveram Libertadores e terão papel importante na preparação deste novo grupo?, disse o treinador. Apesar dessas contratações,
a diretoria vai manter na comissão técnica os demais remanescentes, como os preparadores físicos Marcos Walczak e Lori Sandri Júnior e o treinador de goleiros Renato Secco.
