Libertadores é consolo, mas dívida é de R$ 80 mi

A perspectiva de vencer a Copa Libertadores da América em 2003, ano do centenário do clube, fez o Grêmio absorver a frustração de ter sido eliminado do Campeonato Brasileiro pelo Santos, quarta-feira. Mas enquanto a torcida sonha com o terceiro título sul-americano, o clube tem problemas a resolver, como uma dívida de R$ 80 milhões e jogadores descontentes com salários atrasados.

O ambiente pesado da tarde de ontem no Olímpico não estava relacionado à insuficiência da vitória por 1 a 0 sobre o Santos. Liberados para as férias, os jogadores resolveram pedir providências ao presidente José Alberto Guerreiro. Há três meses o clube não paga direitos de imagem. Ao final da reunião, os jogadores não quiseram falar no assunto. Gilberto e Luís Mário sugeriram que as explicações caberiam ao presidente. Mas não houve manifestação oficial do clube. A administração das dívidas do Grêmio e a montagem do time para o ano que vem serão tarefas do novo presidente. Tanto que a eleição do dia 18 foi um dos principais assuntos no Olímpico. É provável que concorram o atual presidente José Alberto Guerreiro e o ex-presidente do conselho deliberativo Flávio Obino.

Se observados os contratos em vigor, o Grêmio não terá grandes dificuldades para manter o atual time. O técnico Tite admite ter sido sondado por outros clubes, mas prefere ficar. Dos jogadores Luís Mário é o único que anunciou ter proposta de um clube europeu. Rodrigo Mendes tem vínculo com o Flamengo e também pode não ficar. A torcida está mais preocupada com a possibilidade de algum clube espanhol tentar contratar Tinga e de Rodrigo Fabri ser chamado de volta ou vendido pelo Real Madrid, com quem mantém contrato.

Ao contrário de outros inícios de temporada, o Grêmio só terá três contratos a renovar na virada do ano: Anderson Lima, Ânderson Polga e Gavião. Mesmo que mantenha todo o grupo atual, o clube terá de conseguir um bom centroavante no mercado. As tentativas deste ano, com Luizão, Grafite e Adriano Chuva não deram certo.

Os jogadores que estiverem no Grêmio em 2003 terão um ano de grandes competições, como a Libertadores, a Copa Pan-americana, a Copa do Brasil e o campeonato nacional. Mas a torcida, acostumada a um cartel de 21 títulos nos últimos 20 anos, não vai se conformar com resultados idênticos aos de 2002, quando o time parou nas semifinais na Copa Sul-Minas, na Libertadores e no campeonato brasileiro e não cumpriu a média superior a um título por ano.

Para a rivalidade regional, o único time que colecionou faixa em 2002 foi o Internacional, campeão gaúcho.

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