O clima é de decisão. Ainda alimentando o sonho de classificação à Libertadores da América, o Paraná Clube recebe o São Caetano – hoje, às 20h30, no Pinheirão – não podendo pensar em outro resultado, senão a vitória. A exemplo do que fez no primeiro turno, projeta um sprint nesta reta final para terminar a temporada entre os quatro melhores do Brasileirão. Na busca deste ?repeteco? o técnico Luiz Carlos Barbieri muda, pela primeira vez, o esquema de jogo.
Com três volantes, espera uma melhor ocupação dos espaços do meio-de-campo, sem perder a eficiência defensiva que os três zagueiros apresentaram até aqui. Há tempos o treinador vinha ?ensaiando? o 4-4-2, aplicado em muitos jogos, mas sempre nas etapas finais. ?Nunca escondi que gosto desse sistema. O tempo de treinamento não foi o ideal, mas se eles jogarem o que treinaram, tudo bem?, comentou Barbieri.
A opção se deve à acentuada queda do zagueiro Aderaldo, num contraponto ao bom momento dos volantes Rafael Muçamba, Beto e Mário César – sem contar Pierre, que foi vetado pelo departamento médico. Com a mudança, a zaga será formada por Daniel Marques (que volta ao time após cumprir suspensão) e Marcos. Ao que tudo indica, não haverá traumas nesta transição. ?É apenas um ajuste. Muitos times deste Brasileiro atuam desta forma?, comentou o técnico. Muçamba fica encarregado da marcação sobre o segundo atacante do Azulão, dando maior liberdade a Beto e Mário César.
Para ?pisar fundo? nesta reta final, o Paraná precisa vencer os quatro jogos que ainda faz em Curitiba, a contar de hoje. A partir daí, terá que buscar pelo menos mais nove pontos nos cinco jogos que disputará na condição de visitante. No primeiro turno, o Tricolor subiu da 9.ª para a 4.ª colocação sem sofrer uma derrota sequer naquele momento – foram cinco vitórias e quatro empates. Agora, o aproveitamento terá que ser ainda maior (pelas projeções, são necessários no mínimo 72 pontos para se candidatar à Libertadores). Para Barbieri, o grau de dificuldade, agora, é muito maior.
?É momento de afunilamento. Ou o time está brigando pela ponta ou pela sobrevivência. Quem estiver mais concentrado nessa reta final vai levar a melhor?, disse o treinador. Diante desse quadro e sabendo que haverá muitos confrontos diretos, mantém sua política: ?um degrau de cada vez!?. O técnico evita projeções e mantém o grupo focado no São Caetano. ?Eles não estão bem como em anos anteriores, mas têm jogadores de muita qualidade. É preciso atenção máxima?, avisa.
Domingos Moro mais uma vez brilhou no STJD
Alívio geral. Por unanimidade (3×0) o Paraná Clube foi absolvido ontem à noite na 3.ª Comissão Disciplinar do STJD. O ato impensado de um torcedor (que era coxa-branca ?de carteirinha?) colocou o clube sob o risco de perder de um a três mandos de campo, sem contar a pesada multa – de R$ 50 mil a R$ 500 mil – num momento crítico do Brasileiro. A defesa do advogado Domingos Moro foi, mais uma vez, precisa. Ele sequer usou o fato de o invasor ter vínculo com a torcida organizada do Coritiba.
?Senti que seguir por esse caminho não teria valor algum?, disse Moro. A sessão durou aproximadamente 90 minutos. E, como em uma partida de futebol, cada detalhe foi decisivo, na avaliação do advogado de defesa. ?Foi uma decisão inédita. Em todos os outros casos de invasão, houve punição?, lembrou. Usando o apelo emocional do depoimento do presidente José Carlos de Miranda, Moro conseguiu sensibilizar os auditores.
?Sei o quanto essa absolvição representou para o Paraná?, disse Domingos Moro. O clube, se fosse punido, possivelmente seria obrigado a devolver a cota de R$ 200 mil pelo jogo em Cascavel – caso a partida frente ao Internacional tivesse que ser disputada com portões fechados. ?Além da palavra sempre inteligente do Miranda, usei todo o material que tinha em mãos, documentos da PM, provas da segurança, imagens e artigos da Tribuna?, comentou Moro.
Com o sucesso no tribunal, o Paraná ganha tranqüilidade para o jogo desta noite, sabendo que jogará em casa também contra Paysandu, Flamengo e Cruzeiro. Dos jogos que disputará fora de Curitiba, um deles – frente ao Santos – será com portões fechados.
Artilheiro confirmado
Foi só um susto. Borges treinou normalmente ontem à tarde e garantiu presença no jogo desta noite. O artilheiro do clube (16 gols), sentiu dores musculares na véspera, deixando o coletivo mais cedo. ?A perna travou. Mas, agora, já me sinto bem. Vou seguir com o tratamento para estar 100% até a hora do jogo?, comentou.
Borges terá, hoje, um novo companheiro de ataque. Com a ausência de André Dias -vetado pelo departamento médico – Fernando Gaúcho faz seu primeiro jogo como titular do ataque. ?O time tem um ótimo retrospecto jogando em casa. Temos que tirar proveito disso e pressionar o São Caetano desde o início do jogo?, disse Fernando Gaúcho, confiante.
O ?novo? ataque quer pôr fim ao jejum de dois jogos. Depois da expressiva goleada sobre o Flumienense (6×1), no Pinheirão, o Tricolor passou em branco em dois jogos realizados fora de casa. ?Contamos com o apoio do nosso torcedor. Precisamos da vitória e acredito na força do grupo?, disse Borges. Neste Brasileiro, o Paraná só não fez gols, jogando no Pinheirão, em dois jogos (contra Goiás e Vasco).
Mesmo com Borges assegurando estar pronto para o jogo, a comissão técnica decidiu manter um jogador a mais na concentração e um deles será cortado após a preleção (Darci, João Paulo, Vicente, Da Silva, Thiago Neves, Maicosuel, Sandro e Wellington Paulista). O zagueiro Aderaldo, que voltou a reclamar de lesão no tornozelo, foi vetado e é dúvida para o clássico de domingo, assim como o volante Pierre. Já o atacante André Dias está fora também do jogo frente ao Atlético.
CAMPEONATO BRASILEIRO
34ª RODADA
Local: Pinheirão (Curitiba).
Horário: 20h30.
Árbitro: Jamir Carlos Garcez (DF).
Assistentes: Eremilson Xavier Macedo (DF) e Rogério Monteiro Oliveira (DF).
Tempo: Chuva fraca.
Temperatura: 17º, na hora do jogo.
Tevê: NET – Pay-per-view – Premiere canal 74.
PARANÁ CLUBE x SÃO CAETANO
PARANÁ
Flávio; Neto, Daniel Marques, Marcos e Edinho; Rafael Muçamba, Beto, Mário César e Éder; Borges e Fernando Gaúcho. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.
SÃO CAETANO
Sílvio Luís; Douglas, Gustavo e Neto; Alessandro, Zé Luís, Júlio César e Canindé; Edílson, Somália e Jean. Técnico: Jair Picerni.
