É a vez de Lewis Hamilton partir para a guerra psicológica. O líder do Mundial de F 1 abriu seu arsenal para criticar Fernando Alonso, com quem disputa o título da temporada, depois de agüentar, quase calado, a aproximação do espanhol na tabela – a diferença que já foi de 14 pontos é, agora, de apenas dois.
?Fernando não é a pessoa que imaginei que fosse?, falou o piloto da McLaren ontem em Fuji, onde, na madrugada de hoje, foi definido o grid para o GP do Japão, antepenúltima etapa do campeonato. ?Depois de tudo que aconteceu, as pessoas aqui entenderam quem é quem. E perceberam a quem devem apoiar?.
Hamilton acusa Alonso de ter sido desleal com seu time, por ter entregue à FIA troca de e-mails que comprovava o uso de informações surrupiadas da Ferrari. O caso de espionagem rendeu à McLaren a perda de todos os pontos no Mundial de Construtores e uma multa de US$ 100 milhões.
O inglês disse que, no seu ano de estréia, tem lutado para ganhar espaço na equipe, que o tem sob seu guarda-chuva desde que ele tinha 13 anos e ainda corria de kart. ?Eu era o novato, e ele o bicampeão mundial. Ele era o centro das atenções, mas acabei ganhando o respeito de todos?, afirmou, do alto de sua liderança inesperada, com três vitórias e 97 pontos somados em 14 corridas.
De modo ameaçador, Hamilton garantiu que até o fim do ano não vai mais tirar o pé em divididas como as duas da largada do GP da Bélgica, onde Alonso defendeu sua posição, de acordo com ele, ?de forma muito dura?. ?Serei honesto na pista, mas vou brigar pela minha posição. Não vou dar espaços. Sei que derrotá-lo na pista vai doer mais do que mandá-lo para o muro?.
Alonso, que vem apresentando um certo ar blasé, depois que o furacão do julgamento na FIA passou, para tentar terminar o ano num ambiente minimamente suportável, evitou entrar em polêmicas. ?Nós dois somos pilotos inteligentes e não vamos bater um no outro a esta altura do campeonato. Temos as mesmas condições de vencer e é isso o que ambos tentarão. Estamos brigando pelo título e creio que será assim até o fim da temporada?.
Hamilton acusa Alonso, também, por ter deixado a McLaren na mão quando da audiência do Conselho Mundial da FIA, que decidiu pelas punições. Ele e o piloto de testes Pedro de la Rosa foram a Paris. Alonso, por sua vez, não apareceu. Rumou para Spa-Francorchamps, onde um dia depois começariam os treinos para o GP da Bélgica. ?Ninguém entendeu por que ele fez isso?, comentou.
O treino que definiu o grid para o GP do Japão terminou às 3h da madrugada de hoje. A corrida, que deve ter novo duelo entre a dupla prateada a julgar pelos resultados dos treinos da madrugada de sexta, começa à 1h30 do domingo, pelo horário de Brasília.
