Levir definiu o Atlético. Só que não conta a ninguém

O técnico Levir Culpi definiu ontem a equipe do Atlético para enfrentar o Coritiba, às 16h de amanhã, no Couto Pereira. Só não contou para ninguém, ou quem sabe não quis dizer. Em clima de mistério total, o trabalho, que normalmente já não é aberto aos jornalistas, ontem teve até cortina fechada na sala de imprensa para impedir o vazamento de qualquer pista sobre a possível equipe rubro-negra. Como todo o elenco está à disposição, a única dúvida fica sendo o aproveitamento ou não de Fabiano, na cabeça-de-área.

O zagueiro/volante sofreu uma fratura no nariz na partida contra o São Paulo, operou o local para a correção da soldagem do osso e está sendo obrigado a treinar com uma máscara protetora. Aí é que está o problema. Fabiano diz que o uso do equipamento incomoda, a vontade dele jogar parece ser grande, mas o receio de algum choque e de passar por nova cirurgia também existe. Como ainda tem o treinamento de hoje, somente depois desse trabalho é que o treinador deverá confirmar a presença dele. Ou não.

Caso ele não possa atuar, a tendência é de Bruno Lança jogar em seu lugar e fazer o segundo volante, ao lado de Alan Bahia. Nas demais posições, não tem o que mexer. Os zagueiros Marinho e Marcão estão de volta, o meia Fernandinho ficará incumbido da ala-direita. Assim, a equipe deverá ter Diego; Marinho, Rogério Correia e Marcão; Fernandinho, Alan Bahia, Fabiano (Bruno Lança), Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington.

Se todo esse mistério já é normal em outros jogos, quando a disputa é contra o rival, Levir extrapola. “O clássico não é um jogo normal, vale a mesma coisa no campeonato, mas tem um envolvimento do torcedor, do respeito ao adversário, da tradição, que são ingredientes importantes”, diz o treinador. No entanto, ele mantém a tradição de mexer o mínimo possível na equipe de uma partida para outra. “Quando temos algumas dúvidas, dificulta um pouco mais e eu penso que são detalhes importantes e não divulgo a escalação antecipadamente”, finalizou.

Torcida paga o pato e não pode levar nada

O Atletiba dos bastidores já começou e os maiores prejudicados serão os torcedores do Atlético. Apesar de pagar pelo mesmo ingresso da torcida do time da casa, os rubro-negros não poderão levar para o Couto Pereira instrumentos musicais, bandeiras, faixas, nem camisetas das organizadas, enquanto os coxas-brancas estarão liberados para fazer a festa que quiserem. A determinação é da diretoria do Coritiba, numa retaliação à proibição da entrada dos mesmos materiais de sua torcida na Arena.

“Partiu da diretoria do Coritiba porque eles receberam o mesmo tratamento no jogo do primeiro turno”, revelou o major Borba, que participou da reunião de ontem entre torcedores, clubes e Polícia Militar. Dessa maneira, ele diz que a PM irá cumprir a determinação do Alviverde, da mesma forma que proibiu a entrada de faixas e instrumentos no primeiro Atletiba do Campeonato Brasileiro disputado na Arena. A assessoria de imprensa do Coritiba confirmou as informações.

“É uma resposta da diretoria do Coxa em razão da diretoria do Atlético não respeitar a torcida adversária”, disparou Juliano Rodrigues, vice-presidente da Os Fanáticos. De acordo com ele, a idéia era fazer a festa no Alto da Glória que não é mais permitida na Arena, mas isso não será mais possível. “É mais uma prova de como a diretoria do Atlético trata mal o seu torcedor”, apontou.

Resignado, ele acatou a decisão e garante que a Fanáticos não vai infringir as determinações. “Vamos cumprir o que determina a Polícia Militar do Paraná. Quem está pagando mais uma vez é a torcida do Atlético”, garantiu. Segundo o major Borba, não adianta nem tentar entrar no estádio com faixas ou qualquer tipo de instrumento musical. “Antes da entrada ao estádio estaremos fazendo a revista conforme a determinação do clube”, finalizou o policial.

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