Levir Culpi vai reforçar a marcação em Caxias do sul. |
Final de campeonato. É assim que o técnico Levir Culpi está encarando a partida de amanhã contra o Juventude.
Apesar de ter vencido os gaúchos por 4 a 1 no primeiro turno do campeonato brasileiro, o treinador sabe que o time de Ivo Wortmann cresceu muito na competição e é um dos candidatos ao título junto com o rubro-negro. Assim, o Furacão deverá atuar num esquema bastante cauteloso, com seis jogadores no meio-de-campo.
“Talvez seja o nosso jogo mais difícil, porque o Juventude é uma equipe que também concorre ao título. Se vencer, se candidata ao título. Então, nós teremos um jogo difícil em quaisquer circunstâncias”, analisa Levir.
Para ele, os gaúchos são, sim, candidatos sérios e explica o porquê. “O Juventude está fazendo uma ótima campanha, vencendo os jogos fora da casa, de equipes importantes e é um candidato para conquistar o título. Não existe ninguém que esteja muito acima de outra equipe”, diz.
Assim, com essa seriedade, Levir manteve a rotina e fechou mais uma vez o treinamento para a imprensa. Contra o alviverde de Caxias do Sul, ele não poderá contar com o meia Jádson e o atacante Dagoberto e vai esperar até o último momento para divulgar a escalação. No entanto, o próprio Levir dá mostras que irá para o Alfredo Jaconi com um time bastante cauteloso, com um esquema tático 3-6-1. “Nós temos essa situação. Jogamos com outras formações e é uma possibilidade que estamos estudando e vamos aguardar um pouquinho para definir”, revela.
Dessa forma, a tendência é mesmo de Fernandinho atuar no meio e chegar na frente para ajudar Washington e Bruno Lança na meia para auxiliar na marcação. O provável time para amanhã deverá ter Diego; Marinho, Fabiano e Marcão; Pingo, Alan Bahia, Bruno Lança, William e Ivan; Fernandinho e Washington.
Diego e Washington vivem situações distintas
O goleiro Diego e o atacante Washington têm uma identificação oposta em relação ao time do Juventude, adversário de amanhã do Atlético. Diego foi ídolo na meta do alviverde gaúcho e defendendo o clube, em 2002, foi eleito o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro daquele ano pela revista Placar, ganhando a cobiçada Bola de Prata. A boa campanha foi justamente o trampolim para o contrato com o Rubro-Negro.
“Devo muito ao Juventude e sempre torço por eles. Menos, é claro, quando sou o adversário”, diz o jogador. O carinho pelo Juve tem ainda outro ingrediente. Foi lá que ele teve chance de recomeçar a carreira, após ter sido dispensado pelo Grêmio. “Após um longo período contundido, os dirigentes do Grêmio disseram que minha carreira estava acabada. Fiquei treinando em um clube amador por um ano até que abriram teste no Juventude. Fui aprovado e retribuí em campo”, relembra.
Já o artilheiro Washington não tem grandes motivos para nutrir consideração pelo rival de hoje. No início da carreira, quando defendia as cores do modesto Brasília, no Distrito Federal – Washington nasceu na capital federal – foi convidado por um empresário para jogar no Juventude. Como promessa, o clube garantiu fornecer alojamento e transportes, mas não cumpriu. “Quando cheguei lá, eles mudaram de idéia e não iriam me dar os benefícios prometidos, pois minha mãe morava lá. Então, um tio me levou para o Caxias, que acabou me acolhendo e cobrindo as promessas do Juventude.” O resto da história, todos já sabem. Washington arrasou no Caxias e seguiu carreira no futebol, cujos caminhos o levaram à Arena da Baixada. Hoje, ele é artilheiro do Brasileirão e certamente não terá o mínimo de pudor em balançar a rede no Alfredo Jaconni.
Diretoria proíbe contagem regressiva
Após conseguir chegar a um acordo com o Procon sobre o preço dos ingressos, o Atlético parte agora para o contra-ataque contra os grupos organizados que brigaram com o clube na justiça. A última dos dirigentes é retaliar um bar na Arena da Baixada pela afixação do painel com a “contagem regressiva” para o bicampeonato. Antes, os dirigentes já haviam proibido a entrada da bateria e das faixas e criado uma nova setorização com preço maior justamente no local onde ficava a Os Fanáticos.
Em nota na Folha de S. Paulo, Mário Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo do Rubro-Negro, classificou de “burrice” a contagem idealizada pela confraria Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA). “Acho que eles jogam contra”, apontou. O painel foi colocado no Prajá Comes e Bebes (localizado na frente da Arena) e o dirigente chegou a ameaçar o estabelecimento com a não-renovação de contrato.
A ira do dirigente teria início num suposto menosprezo que os dirigentes do Santos (um dos candidatos ao título do Campeonato Brasileiro) haviam sentido. Petraglia entrou em ação para acalmar os cartolas do Peixe. Em 2001, o mesmo dirigente era coordenador de marketing do Atlético e não se manifestou sobre a mesma “contagem”.
De qualquer forma, Petraglia conseguiu afastar da Arena o painel dos torcedores. Tão logo ficou sabendo da informação, Rejane Leão, proprietária do Prajá, entrou em contato com a direção do clube para esclarecer o assunto. “Para não entrar em conflito com os dirigentes e evitar mais comentários na imprensa nesse momento, o painel foi retirado”, revelou. Ela não soube informar qual o destino da “contagem regressiva”, mas garantiu que em sua lanchonete ele não ficará mais.
A briga contra o painel é mais uma queda de braço entre os atuais dirigentes e segmentos organizados da torcida. Após o anúncio do aumento de preço de R$ 15,00 para R$ 30,00 na maior parte da Arena, ETA, Os Fanáticos, E-Atlético.com e @tleticanos online entraram em conflito com a direção do clube e foram à Justiça garantir “preço justo” nos jogos do clube. Durante as partidas, as arquibancadas têm se mostrado divididas em relação a Petraglia e outros dirigentes. Enquanto metade xinga o dirigente, outra metade vaia as organizadas.